05/11/2021 às 16h23min - Atualizada em 05/11/2021 às 16h23min
O Mar Báltico e a chegada à Rússia
Novembro 2019
Ralf Matavelli - Arquiteto e Urbanista
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Ralf Matavelli em frente ao antigo Palácio de Inverno, atual Hermitage . Saímos do porto de Copenhage com destino à nossa primeira parada, São Petesburgo, Rússia. O Mar Báltico em nada lembra os clássicos cruzeiros pelo mediterrâneo ou Caribe - mas, lógico, já sabíamos disso e aqui as diversões a bordo são outras. O Norwegian Getaway, nosso navio e casa pelos próximos 10 dias, tem capacidade para 4 mil passageiros e 1.640 tripulantes, uma verdadeira Babel ambulante com pessoas de todos os cantos do mundo.
A chegada à Rússia parece já começar quando entramos no Golfo da Finlândia, a paisagem se fecha e se aproxima do navio, dando a sensação de estarmos em um enorme canal.
Ao longe, uma torre de vidro brilha intensamente com o sol e marca a entrada do porto de São Petesburgo. A torre, no formato que lembra uma carambola, é nada mais que o edifício mais alto da Europa, com 462 metros de altura e 87 andares. O Lakhta Center é projeto do arquiteto britânico Tony Kettle, sendo também finalizado pelo estúdio russo Gorprojetc e será ocupado majoritariamente pela nova sede da empresa de gás russa Gazprom. Não dá nem para imaginar o que deve ser um inverno na Rússia sem calefação.
A região portuária de São Petesburgo abriga a maior concentração de novas construções da cidade devido a mudanças geradas em função da Copa do Mundo da FIFA de 2018. Ali está também o estádio Krestovsky, inaugurado em março de 2017, construído especialmente para a Copa e também para o rigoroso inverno russo - um resistente plástico ETFE transparente cobre a cúpula e assegura temperatura de 15 graus no interior da arena.
São Petesburgo é uma cidade encantadora e incrivelmente iluminada durante a noite. A verdadeira Cidade Luz! Entre os passeios imperdíveis estão a Catedral de Santo Issac, a maior da cidade, a Catedral do Sangue Derramado e a Catedral de Pedro e Paulo, onde estão enterrados os antigos Czares russos, incluindo os Romanov. Essa última Catedral fica dentro da Fortaleza de São Pedro e São Paulo, que devido à sua posição estratégica foi construída com o único objetivo de defender o país, dando início à cidade de São Petesburgo.
O incrível Museu Hermitage, por si só, vale a visita à Rússia. Um dos maiores museus do mundo, com acervo de mais de três milhões de peças distribuídas em dez prédios situados ao longo do rio Neva, dos quais sete constituem por si próprios, monumentos artísticos históricos de grande importância. Neste conjunto, destaque principal para o Palácio de Inverno, que foi residência oficial dos Czares até a queda da Monarquia. Mas imperdível é a incrível coleção de arte impressionista e pós-impressionista que ocupa grande parte do museu. A maioria dessas pinturas foi confiscada pelos bolchevistas durante a revolução de coleções privadas oriundas de grandes empresários russos, como Sergei Shchukin e os irmãos Morozov. Não são pinturas secundárias, mas sim obras-primas como os Músicos de Matisse, os As Banhistas, de Cézanne, e preciosidades como um dos últimos quadros de Van Gogh, Casa Branca à noite. Destaque também para o importante Museu de Arte Russa.
Um pouco afastado da cidade estão também os imperdíveis palácios. Praticamente destruídos pelos alemães durante a ocupação na Segunda Guerra Mundial, foram meticulosamente reconstruídos em um trabalho primoroso de restauração. Destaque para os principais, o Peterhof, palácio de Pedro o Grande, projetado para ser o mais luxuoso da Europa, surpreende pela beleza dos parques, jardins e fontes. O Palácio de Catarina, em imponente estilo barroco.
A avenida Nevsky Prospekt é centro principal para compras. Para hospedagem, o histórico Hotel Astoria. Restaurantes, recomendo o Jamie´s italian, o agitado e moderno Schast´ye U Issakiaya e, é claro, o imperdível e tradicional Stroganoff Steak House, que faz como ninguém o tradicional strogonoff da Rússia.
Próxima parada, a incrível cidade medieval de Tallinn, na Estônia.
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