24/03/2022 às 15h26min - Atualizada em 24/03/2022 às 15h26min
Santorini, Grécia
Outubro 2015
Ralf Matavelli - Arquiteto e Urbanista
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O avião chega à noite, vindo de Alicante, com escala em Roma, e sobrevoa a ilha, em forma de meia lua, toda iluminada, passa por ela e tenho a impressão que estava enganado sobre o destino. Faz a volta e aterrissa no precário aeroporto da ilha de Santorini, ilhas cíclades, Grécia.
Já estivera na Grécia na época da faculdade, porém o foco era arquitetura, e fiquei somente no continente para conhecer Athenas, Delphi e Corinto, cidades ícones da importância da civilização grega que norteou toda a arquitetura ocidental. Por incrível que pareça, foi na Grécia a primeira vez que vi neve!
Saímos para jantar no dia do Réveillon e, de repente, a neve começou a cair na janela. Talvez por isto não incluí as ilhas naquele roteiro...
Santorini era uma ilha vulcânica circular que entrou em erupção no período minoico, por volta de 1450 a.C., que a dividiu em duas partes, deixando uma parte em meia lua na superfície, seu formato atual, e a outra submergida. Diz a lenda, uma das inúmeras gregas, que a parte que submergiu levou consigo a lendária cidade de Atlântida. Ainda hoje as ilhas de Néa Kaméni e Palaiá Kaméni, que ficaram no meio da antiga cratera, são vulcões ativos.
As principais cidades da ilha são Firá e Oía. Fiquei hospedado em Oía, no charmoso hotel Aethrio, uma vila dentro da vila, como disse o proprietário que comprou várias casinhas e transformou uma pequena parte da cidade em hotel. Há até uma antiga capela bizantina junto às casas, e do terraço pode-se ver a ilha toda. Aliás, as Capelas Bizantinas estão espalhadas por toda a ilha e são atrações à parte.
Para se conhecer a ilha pode-se alugar carros, motos e quadriciclos. As distâncias são pequenas e pode-se ir até as ruínas da antiga cidade de Thira, no ponto mais alto da ilha, nas praias de areia negra de Kamári, com ótimos restaurantes à beira mar, e ainda conhecer Firá, a capital da ilha, em apenas um dia.
Oía é uma cidade romântica, destino certo para casais apaixonados com suas casinhas e piscinas debruçadas sobre o penhasco e o mar azul turquesa, criando um cenário dos mais belos que já vi. Fica no extremo norte da ilha, e é para lá que todos vão no fim da tarde para ver o pôr do sol, considerado um dos mais belos do mundo. A vila fica atolada de turistas neste horário, mas logo depois a calmaria volta com os restaurantes acesos à luz de velas, as boas opções da noite que se inicia.
Jantar em um dos muitos restaurantes à beira do abismo, à medida que o sol desaparece por trás da cratera, é quase obrigatório. Das boas opções de restaurante, o Ambrosia, de 1800, e Candouni, são altamente recomendados, com cozinha contemporânea mediterrânea de lembrar e dar água na boca. Outra opção imperdível é escolher um dos restaurantes da vila pesqueira de Ammoúdi, na parte baixa da ilha, quem tem o polvo e a famosa salada grega como pratos típicos. O caminho é tortuoso e muito íngreme, e voltar depois de bom almoço e alguns vinhos, não é tarefa fácil. Alguns se arriscam nos pobres burros que levam os turistas ladeira acima. Totalmente cruel! Voltei a pé.
A noite em Santorini é calma, com lojas de produtos locais e outras sofisticadas, abertas até meia noite. As casinhas acesas no penhasco são ainda mais belas que durante o dia. Para quem quer agito, esta é a ilha errada. Vamos então para Mykonos... mas isto é história para a próxima crônica.
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