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29/06/2023 às 15h38min - Atualizada em 29/06/2023 às 15h38min

Mulheres que namorei, outras enjeitei, e a única que amei...

Por Odair Camillo - Jornalista
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Quando Lurdinha se foi, após uma convivência feliz por mais de 60 anos, as noites intermináveis e mal dormidas tornaram-se frequentes. E nelas, alguns de meus sonhos tornaram-se pesadelos. Complexo de culpa? Jamais! E muitos deles trazendo à tona momentos de minha adolescência, preocupado na busca de alguém que no futuro se tornasse minha esposa e mãe de nossos filhos. 
 
Entre tantas, enamorei-me de uma prima, bonita, que morava a centenas de quilômetros, mas que eu não me importava com a distância, sentindo-me feliz toda vez que nos encontrávamos. Cheguei a ponto de pensar seriamente em casar-me, mas fui fortemente repreendido pela nossa avó austríaca Amélia, que proibiu-nos de continuar nosso namoro. Casamento entre primos jamais deveria acontecer, segundo ela.
 
Voltei então decepcionado e triste. E a vida continuou. Conheci depois Louise, uma francesinha linda chegada recentemente de Paris e que viera passar as férias em Poços, hóspede de um casal amigo de meus pais. Amor à primeira vista, e da segunda em diante... Na noite em que nos despedimos, confesso que chorei copiosamente. Por duas ou três vezes viajei ao Rio de Janeiro, onde residia, para encontrá-la. Mas não deu certo.
 
Em seguida, Takye, a japonesinha mais bela que havia visto até então, arrebatou meu coração ao vê-la. Também residindo fora, por várias vezes fui a Itapira, onde morava. E ela correspondia, visitando-me quando podia. Sua beleza e meiguice também conquistaram minha mãe Lucinda, que fazia questão de ler suas belas cartinhas a nós endereçadas. E as guardava numa caixinha que nunca mais encontrei.
 

Vieram outras, naturalmente, e estes versos “Procurei em todas as mulheres / a felicidade / mas eu não encontrei / e fiquei na saudade...”, da música de Martinho da Vila, refletiram anos mais tarde a minha quase insanidade em busca de uma verdadeira mulher.
 
E ela somente apareceu quando, numa manhã de domingo, observando o “footing” que na Praça Pedro Sanches acontecia, vislumbrei aquela que certamente seria a “mulher da minha vida”. Já a tinha visto em outra oportunidade, e sentira algo estranho vibrar em meu peito.
 
Acompanhada por sua mãe, Lurdinha passou por mim, e ambas cumprimentaram-me, e prosseguiram até a esquina do Rex Hotel. Quando voltavam, e passaram novamente onde eu estava, apresentei-me cordial e corajosamente. Seguimos caminhando, e conversando sobre aquele momento, e falei do sol que nos brindava com seu calor e seu brilho naquele domingo outonal.
 
Tornei-me, sem jamais o ser, num poeta feliz! Havia encontrado, finalmente, a minha Deusa. E daquele momento em diante, jamais nos separamos. Uma conquista que durou mais de 60 anos, somente interrompida quando seus anjos vieram buscá-la.
 
 
Do livro em preparação “Eu, Pecador me Confesso...Inocente”

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