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03/02/2022 às 16h27min - Atualizada em 03/02/2022 às 16h27min

San Francisco

Abril 2017

Ralf Matavelli - Arquiteto e Urbanista
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Ralf Matavelli com Teodoro Carvalho Dias, Germana Monte-Mór e Ana Calzavara
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   A viagem a San Francisco surgiu através do convite da amiga e artista plástica Ana Calzavara para a exposição Matisse/Diebenkorn no Moma. Também foram os artistas Teodoro Carvalho Dias e Germana Monte-Mór. Esta exposição ímpar somente aconteceu devido aos esforços de duas instituições e aconteceram apenas nestes dois lugares, anteriormente no The Baltimore Museum of Art e agora no Moma SF.
   Apesar de nunca terem se conhecido, Matisse sempre foi a fonte inspiradora do pintor americano. Seus trabalhos dividem similaridades em assuntos, composições, paleta e técnica. A exposição, de curadoria impecável, mostra como esta influência através do tempo conectou a obra dos dois pintores e também como Diebenkorn forjou um estilo próprio, e através da sua obra, uma nova maneira de enxergar, uma nova luz, sobre a obra do mestre francês.
   Além da desta belíssima exposição, o Moma tem um acervo fantástico de arte contemporânea provinda na sua maioria da coleção do casal Dora e Donald Fisher, uma das maiores do mundo, agora acomodada em três enormes pavimentos da parte ampliada do museu, que tem projeto original do italiano Mario Botta e ampliação do escritório de arquitetura norueguês Snøhetta.
  
   Assim como o museu, San Francisco mudou muito nestes 20 anos que separaram a minha última visita à cidade. Com cerca de 800 mil habitantes, a cidade mantém-se "pequena", porém cresce em qualidade e novos projetos são vistos por toda parte, deixando o antigo prédio mais alto da cidade, o estranho Pirâmide Transamerica, meio escondido entre os novos arranha-céus.
   A revitalização da região portuária agora se estende desde o já famoso Fisherman's Wharf, com seus restaurantes típicos, onde o prato principal é o “crab”, até o Terminal de Balsas. Lá há um mercado bacana, com produtos produzidos na região, é dali que saem as balsas para as cidades próximas, e também para a charmosa Sausalito, pequena cidade do outo lado da baía, que vale uma visita. No caminho, vistas de todos os ângulos da ponte Golden Gate.
   No Golden Gate Park, que tem o mesmo formato retangular do Central Park, porém 20% maior que o de New York, está o De Yung Museum, projeto dos suíços Herzog e Demerun. Além de interessantes exposições temporárias, o museu possui um mirante, de onde se pode ver praticamente toda a cidade.
   O bairro de lojas e restaurantes descolados, o Hayes Valley, é frequentado principalmente por moradores da cidade que viram esta região se transformar em um polo gastronômico nos últimos anos, com destaque para os estrelados restaurantes Monsieur Benjamin, Absinthe e também o simpático Chez Maman.
   A maioria dos hotéis e as grandes lojas se concentram ao redor da Union Square e na Market Street, de onde saem os bondes, metrôs e ônibus para as várias direções da cidade. O tradicional John´s Grill é daqueles restaurantes lendários, com fotos de artistas e personalidades espalhados pelas paredes, e a comida excelente mostra o porquê de tanto tempo de sucesso. Lá também está a maior loja da cidade dos famosos chocolates Ghirardelli, uma pausa para algumas calorias que podem ser queimadas à noite no animado Biscuits & Blues, que sempre tem programação de jazz de primeira.
   O bairro de Castro, símbolo do movimento gay nos anos 60/70, é ainda hoje reduto da comunidade LGTBS. Mantém vivo o clima libertário que deixou o bairro conhecido mundialmente. Lojas alternativas, o Castro Theatre, de 1922, de fachada neoclássica, e restaurantes são frequentados não somente por moradores locais, mas por todos os habitantes da cidade. Impossível não parar no charmoso Anchor Oyster Bar e apreciar os deliciosos pratos de frutos do mar.
   Conhecemos, através de amigos, ainda o simpático casal de artistas John e Nina Zurier, que nos guiou por Berkeley, onde mantêm atelier. John, muito conhecido nos Estados Unidos, teve seus trabalhos expostos na última Bienal de São Paulo. John, também grande admirador da obra de Diebenkorn, nos contou várias histórias do pintor e da San Francisco hippie dos anos de revolução cultural. O casal ainda nos convidou para degustar o famoso “Cioppino”, ensopado de caranguejo e frutos do mar, prato típico da cidade. Caliente!
   Antes de pegar a estrada, rumo ao parque Yosemite, uma foto clássica em frente à Ponte Golden Gate não poderia faltar. Para o porta-retrato!





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