22/12/2022 às 16h41min - Atualizada em 22/12/2022 às 16h41min
Copa do Mundo Fifa 2022: nosso último dia no Qatar
Sétimo e último dia - 03 de dezembro
Texto e Fotos: Marcelo Vasconcellos Camillo
C
Qatar - Last Day
Como tudo nesta vida tem um começo, meio e fim, neste sábado, 03 de dezembro, seria o nosso último dia no Qatar - sem programação oficial, sem jogos. Estava de ótimo tamanho, muito melhor do que merecemos. Um amigo me disse que ele não conseguiu ver os 10 jogos na televisão de sua casa! E como conseguimos este feito? Planejamento é a palavra. Além de disposição e vontade.
E como planejado, deixei este último dia para visitarmos a cidade de Lusail, recém-construída e de última geração. Localizada onde o fundador do Qatar, Sheikh Jassim bin Mohammed Al Thani, viveu no início do século 20, esta região é um verdadeiro testemunho de sua visão inspiradora para o país.
Lusail Boulevard
Arrumamos e deixamos nossas malas no hotel, fizemos o ckeck-out e partimos de metrô para Lusail. Passamos novamente em frente ao estádio, a esta altura da manhã totalmente deserto. Nenhum papel e nenhum “toco de cigarro” no chão. Nem parecia que na noite anterior quase 90 mil pessoas estavam ali. Impressionante!
Uma pequena caminhada e chegamos ao Lusail Boulevard. Esta moderna avenida de 1,3 km, repleta de modernos prédios comerciais e residenciais de luxo, é o coração de Lusail. Em todo o trajeto, uma grande variedade de lojas e restaurantes em ambos os lados.
Durante a Copa do Mundo, esta avenida esteve sempre lotada, repleta de apresentações culturais e desfiles, com as bandeiras das 32 seleções mundiais fazendo a alegrias dos torcedores, fotógrafos e influenciadores digitais.
Caminhamos em toda a sua extensão e chegamos à praça Al Sa’ad, toda enfeitada e com vista para as águas calmas do Golfo Pérsico.
Ao pé desta praça, quatro lindas torres comerciais icônicas, sendo duas de 50 e duas de 70 andares de altura, milimetricamente alinhadas, impressionante. Uma imensa obra de arte de aço inox suspensa e fixada por cabos de aço nas quatro torres, traz a figura de um tubarão-baleia, animal simbólico do país e povos árabes
Bem ao lado, a entrada de um estacionamento subterrâneo, que prevê 2 mil lugares, desafogando o trânsito da moderna avenida.
Um Uber nos leva ao outro prédio perto dali, também ícone do Qatar: o Katara Towers. Com 40 andares, foi construído recentemente e abriga dois hotéis de luxo, apartamentos residenciais, escritórios, lojas e restaurantes.
Representa o símbolo do selo nacional do Qatar, com aquele formato das tradicionais “cimitarras”, as espadas curvas árabes. Essa incrível obra da arquitetura é uma das mais impressionantes do país. Nesta região, diversos prédios se destacam pela forma singular. Este prédio, iluminado à noite, é sensacional.
Luxo e Gastronomia
Também deixei para visitarmos no nosso último dia o Shopping Place Vendôme Qatar (www.instagram.com/placevendomeqatar). Alguns pequenos mimos teríamos que levar para nossas esposas, e ali era o local ideal.
Aberto ao público no início deste ano, o imenso empreendimento de um milhão, cento e cinquenta mil m2 conta com dois hotéis de luxo 5 estrelas, Le Royal Méridien e Palais Vendôme, um Luxury Collection Hotel, Le Royal Méridien Residences, todos estes operados pela Marriott International, um shopping com 560 pontos de venda diferentes, com uma ala exclusivamente luxuosa dedicada às grandes grifes e um componente central de entretenimento, com atrações constantes. Sua arquitetura foi inspirada na famosa rua comercial de luxo de Paris, Rue de la Paix.
O Place Vendôme também possui um canal que sai diretamente do mar, proporcionando uma experiência de praça aberta, com cafés e restaurantes com vista para o mar.
E de tanto ver as mais belas lojas, bateu aquela fome e levei meus amigos para conhecer o restaurante do renomado chef turco Burak Ozdemir (www.instagram.com/cznburak). Com 42 milhões de seguidores, famoso pela maneira como prepara suas refeições, Burak olha sempre para câmera enquanto vira a enorme panela de ponta cabeça, sensacional.
Ali no restaurante do shopping, vários jogadores, durante a Copa do Mundo, foram prestigiar os mais deliciosos pratos da culinária turca. Ficamos somente com as “entradas”, que de tão gostosas repetimos, e já nos demos por satisfeitos. Em uma mesa ao lado, pediram um prato tradicional preparado na hora, que rendeu até uma foto.
O famoso chef passou todo este período no Qatar, mas infelizmente não o vimos pessoalmente. O que encontramos foi um sabor inigualável da sua comida; Rodrigo e Gustavo, amantes da culinária árabe, aprovaram!
É hora de dar “tchau”
Já eram quase 19h de sábado quando voltamos para região do Souq, a esta altura tomado de torcedores. Fui me despedindo das pessoas e dos lugares à medida em que íamos caminhando em direção ao hotel.
Uma rápida passada em outro hotel da rede para um banho e troca de roupa, e logo rumamos para o aeroporto.
No caminho, aquela reflexão, uma conversa de agradecimento a Deus, por ter dado tudo certo como planejado. Nenhum contratempo, nenhum problema, nada foi demais e nada foi de menos. E o mais importante, nenhum desentendimento, muito pelo contrário, só alegria e satisfação.
(foto
No gigantesco aeroporto, despachamos as malas e fomos brindar ao sucesso da viagem. Tenho certeza absoluta que meu genro Rodrigo, e seu primo e meu amigo Gustavo, tiveram uma excelente impressão da viagem que planejei.
Mais quase 15 horas de voo na volta ao Brasil, pela Qatar Airways, e com o dever cumprido desembarcamos em São Paulo, pegamos o carro e seguimos para a nossa querida Poços de Caldas.
Considerações finais
Replico aqui o texto que já tinha escrito em outro artigo, quando falei sobre os estádios que iríamos visitar na Copa do Mundo do Qatar. Como previsto, aconteceu tudo como descrito abaixo:
“Nestes 7 dias em que estaremos em Doha, serão 900 minutos de bola rolando, ao vivo, depois da maratona de dez jogos. Mais precisamente 15 horas de futebol, a nossa paixão nacional - curiosamente o mesmo tempo do voo que levaremos para chegar à capital. Mas, certamente, esses momentos ficarão para sempre em nossa memória.
Os resultados dos jogos, pouco vão importar. Importa é que estaremos lá. Jamais esqueceremos esta experiência incrível que é poder acompanhar uma Copa do Mundo de perto, pela primeira vez no mundo árabe.
Na volta, teremos muitas histórias para contar para nossos amigos, nossas famílias, filhos e netos. E eu sei bem como funciona, pois até hoje conto experiências que vivi na Copa da Rússia.
Quando voltar do Qatar, escreverei uma crônica contando detalhes interessante que vi e vivi em cada estádio, cada passeio que farei. E tenho certeza que valerá cada centavo investido. Pois como minha saudosa mãe dizia, quando você viaja, não gasta dinheiro: você investe em você, em cultura, em experiência, em sabedoria e em saúde mental. E é exatamente isto o que vamos fazer no Qatar.”