Já havia decidido colocar o pedido de aposentadoria. Afinal de contas, se no Brasil, de acordo com a ANAC, eu não posso nem sentar na saída de emergência, imagina voltar à ativa como comissária de bordo. Me conformei em relembrar meus 15 anos dessa carreira que amei tanto.
Mas eis que out of the blue, de repente chegou um e-mail me convidando para uma entrevista virtual com uma companhia aérea americana. Claro que aceitei, mesmo sem esperança nenhuma. Imaginei que eu estava no grupo de minorias e que era chamada para que a companhia demonstrasse que não tinha preconceito e, assim, cumprindo com as leis americanas.
Entrevista feita. Alguns dias depois me telefonam e perguntam se eu já havia trabalhado no Embraer, sendo somente uma comissária. Eu respondo que fui treinada em todos os Boeings, AirBus e DC-10. Mas que acreditava que poderia aprender com o devido treinamento.
Em seguida chega um portfólio com as instruções dos laboratórios para se fazer o Drug test e esperar clearance, ser liberado, do FBI para o background check e a data do início do treinamento em Charlotte, NC.
Entrei em alvoroço aqui em Poços de Caldas, teria que fechar meu apartamento, marcar passagem para Miami, que era meu ponto de partida nos EUA, e fazer as malas para um mês de treinamento. Não expliquei nada a ninguém e embarquei em mais uma aventura nesta minha vida nada comum. Chego a Charlotte, The Queen City. Fiquei em um novo tipo de hospedagem, a rede KASA Edison House South EndDilworth Charlotte. Um lugar lindo e no meio de casas decoradas para o Halloween, uma tradição muito forte nos EUA. E fui fazer meus testes e esperar os resultados, que chegou em alguns dias sendo tudo 100%.
Hora de iniciar o treinamento, que começou dia 30 de setembro 2024. Como se diz “Only in America”... God Bless America! (to be continued).
Por Rita Cássia Freitas - Comissária de bordo E-mail: [email protected]