20/06/2023 às 15h44min - Atualizada em 20/06/2023 às 15h44min
De lanterna na mão e uma Antarctica gelada
Crônicas de viagem publicadas no livro “Lurdinha Camillo - Pelo Mundo” e/ou no Jornal Brand News
Fotos: Brand-News
Lurdinha fotografada no Mirante do Centro Geodésico, a poucos quilômetros da Chapada dos Guimarães c
Gente, euzinha aqui que circulo pelos melhores agitos daqui e ali, de repente me vi com uma lanterna na mão, focando jacaré no Pantanal. Logo eu, que tenho medo até de lagartixa. Mas, a poucos metros do horrendo réptil, a visão de um elegante par de sapatos e uma bolsa pra lá de chic acabou com todo meu pânico. E pensei: deixa estar, jacaré, um dia você ainda vai estar a meus pés! Que nenhum ecologista de plantão leia estas linhas...
Mas, falando sério, adorei Cuiabá. Juntamos uns amigos e fomos conhecer a capital do Mato Grosso, cidade de estreitas ruelas, dos personagens históricos que no passado viveram e compuseram a história cuiabana, dos casarões coloniais e igrejas que abrigam tesouros sacros.
Cuiabá ainda é aquela mesma que de braços abertos recebeu a todos - brasileiros, italianos, portugueses, enfim, todos os que a ele recorreram. Limpa, bonita, com noites agradáveis e animadas, com seus inúmeros barzinhos ao ar livre, movidos à Antarctica.
A fábrica da famosa cerveja é uma das atrações de Cuiabá. Vale uma visita. Ocupando 60 hectares, com 1/3 da área destinada à fábrica e 2/3 de vegetação nativa preservada - exigência da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Cuiabá. À saída, degustamos a gostosa e geladíssima cerveja (que merchandising, hein?). Mas foi bom para acalmar um pouco do calor de 30 graus. E olha que os cuiabanos estão sentindo um friozinho danado, como dizem por lá. Acostumados com 45 graus à sombra, tem gente lá esperando geada.
“Não deixem mais do que pegadas. Não tirem mais do que fotografias”, lembra um dos mais belos apelos ecológicos que os moradores usam para preservar suas riquezas. Como a Chapada dos Guimarães, lugar místico, cenário caprichado pela natureza. Uma pedra marca o Centro Geodésico da América do Sul (foto), com seus rochedos imponentes, suas grutas misteriosas. Um lugar para meditação, para nos fazer lembrar que Deus fez tudo tão belo, tão perfeito - cabendo a nós, somente, cuidar com carinho de suas obras.
Junho 1997