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14/12/2022 às 16h53min - Atualizada em 14/12/2022 às 16h53min

Copa do Mundo Fifa 2022: nosso primeiro dia no Qatar

Texto e Fotos por Marcelo Vasconcellos Camillo
Texto e Fotos por Marcelo Vasconcellos Camillo
O embarque
Com camisas novas da nossa Seleção Brasileira, toda a documentação impressa por precaução e malas prontas, Rodrigo Costa e eu saímos de Poços às 21h do dia 25 de novembro, com destino a Campinas, onde encontraríamos o Gustavo Miguel, e juntos seguiríamos para o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Feito o check-in, teríamos ali uma longa espera, já que nosso voo partiria somente às 06h40 da manhã do dia 26. Nada de mais para quem esperou quatro anos e meio desde a última Copa do Mundo na Rússia!  
 
Já sabendo que seria uma “luta” para consumir bebida alcoólica no Qatar, fomos buscar, ali mesmo. Parecia uma “despedida”: primeiro, no famoso Bar da Heineken, depois em uma lanchonete, até que chegamos na sala vip da Latam, que eu recomendo. Na fila do embarque, foi sugerido pelo comissário que tomássemos um café antes de entrar, pois estávamos um pouco “alegres”.
 
Já dentro do avião da Qatar Airways - eleita a melhor companhia aérea do mundo pela sétima vez no ranking World Airline Awards 2022, um recorde para o setor -, quase 14 horas de voo separavam o embarque até nosso destino.
 
E assim como planejado, às 02h10 de domingo (27), desembarcamos no Aeroporto Internacional Hamad - Doha, premiado como o melhor aeroporto do mundo, e por si só, um ponto turístico. Além de um shopping gigantesco, ele acaba de ganhar um jardim tropical chamado Orchard. Mais de 300 árvores e cerca de 25 mil plantas provenientes de florestas sustentáveis de todo o mundo, com luz natural, criam um ambiente calmo e promovem a sensação de bem-estar para os que se aventuram em seu interior.
 
Após os procedimentos alfandegários, resgate de malas, nos dirigimos ao banco para trocar algumas doletas pelo riyal qatare. Outra novidade foi o lançamento da uma nota comemorativa da Copa do Mundo Fifa, de 22,00 riyal catare, muito bonita por sinal, e já garantimos o nosso souvenir exclusivo.
A próxima parada foi a instalação, no meu celular, do chip de celular oficial oferecido gratuitamente pelo Qatar “Ooredoo”, o que demandou um certo tempo e stress.
Já do lado de fora do aeroporto pegamos um táxi, e no caminho até o hotel o que vimos foi uma cidade totalmente enfeitada e muito bem iluminada. O motorista nos deixou na porta de entrada do Souq Waqif.
 
Vagando pelo Souq
Nosso hotel, Al Bidda (foto), era logo ali. Em outro artigo anterior já detalhei sobre ele. Deixamos as malas no local próprio, pois nosso check-in era somente às 14h, e fomos caminhar pelo bairro e conhecer as ruelas que iríamos frequentar por sete dias, a esta altura já amanhecendo.
 
Colado ao antigo bairro Souq está o moderníssimo Msheireb Downtown. Local de grandes hotéis de rede internacional, altos prédios residenciais de alto luxo e de escritórios comerciais. Já de cara pegamos carona no tradicional e moderno bonde elétrico que percorre todo o bairro nobre de Doha.
 
Já dentro do hotel Mandarin Oriental Doha, reservado para integrantes do comitê oficial da Fifa, fizemos um pit stop para dar as boas-vindas aos nossos seguidores. A beleza, a imponência e a riqueza do local realmente é de impressionar.
 
Voltando ao bairro Souq, tivemos o primeiro contato com o animal tradicional do deserto árabe: o camelo (foto). Num grande espaço, dezenas deles descansam, pois todas as manhãs eles são solicitados para percorrer e patrulhar todo o trajeto da Grande Mesquita, que fica logo em frente. Eu presenciei esse ritual, e realmente é muito bonito.
 
Já de volta à região do nosso hotel, a esta altura da manhã milhares de torcedores já se acomodavam nas centenas de bares e restaurantes espalhados pelo bairro. Não paramos, pois nenhum deles oferecia o que procurávamos, uma cervejinha com álcool, que a esta hora já salivava em nossa garganta.
 
O primeiro jogo
Bem próximo do Al Bidda está a moderna estação de metrô Msheireb, a maior e a que oferece as maiores conexões por toda a cidade. E foi para lá que nos dirigimos em busca do nosso primeiro jogo da Copa do Mundo, seguindo em direção à região do Khalifa Stadium. Vale lembrar que todas as linhas de metrô e deslocamento dos estádios de ônibus, tudo está sendo oferecido gratuitamente, para todos.
 

Nossa programação era visitar o prédio 2022, que em seu formato único, tanto visto de frente quanto do alto, traz a figura numeral 2022, realmente sensacional.
E também conhecer o prédio mais alto de todo o Qatar, “The Torch” (ou A Tocha), que fica bem em frente ao estádio. Porém, este prédio, em forma de tocha olímpica, que em seu interior contempla um hotel, escritórios, bares e restaurantes, estava totalmente reservado para a Fifa, e não pudemos entrar. Bem em frente à Tocha está o Villaggio Mall (foto), que tem em seu interior canais parecidos com os de Veneza, na Itália, onde pode-se andar de gôndolas - o que também estava na minha programação.
 
Voltamos de metrô para Msheireb Dowtown, mais precisamente ao Hotel Hyaat, e lá assistimos a um jogo pela TV (e finalmente tomamos nossa primeira cerveja no Qatar!). Tenho certeza que os organizadores e o Sheiks acertaram em cheio em relação à proibição do consumo de bebida alcóolica, realmente não combina, não ia dar certo. Mas ali, em hotéis de grandes redes internacionais, não há restrições.
 
Nosso primeiro jogo
O fato que é ficamos ali até o jogo acabar e voltamos para o Khalifa Stadium, agora sim para vermos nosso primeiro jogo, às 19h, entre Croácia e Canadá. Sobre os oito estádios do Qatar, falei de todos em outros artigos, mas estar ali, ao vivo, no emblemático Khalifa Stadium, foi uma emoção sensacional. Presenciar a abertura com o gigante troféu e show pirotécnico, aquela música, enfim eu estava de volta a um jogo de Copa do Mundo!

 
Uma tremenda estrutura foi montada para receber todos os torcedores nos estádios. Milhares de seguranças, policiais, voluntários estavam sempre por perto. Uma infinidade de ônibus foi comprada e todos foram envelopados com as logos da Copa do Mundo, ônibus estes que faziam o traslado de um estádio para outro, para o centro ou para o Fifa Fan Fest, realmente impressionante.
 
Não tivemos nenhum problema com os bilhetes, todos no celular. Mostrava-se o cartão Hayya e depois o aplicativo do ingresso com o jogo em questão, e nosso lugar estava reservado. Neste estádio passamos muito frio, pois estávamos logo abaixo dos dutos de saída do ar-condicionado.
 
É só um jogo de futebol, 90 minutos, mas estar ali presente, ao vivo, assistindo um jogo que é visto praticamente pelo mundo todo... Sim, vale muito a pena! Ao final da partida, uma tremenda fila de 44 mil torcedores seguia ordeiramente para pegar o metro de volta.
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Voltamos para o Souq, que a esta altura estava lotado, todos os bares e restaurante tomados de torcedores e locais. Os árabes são de uma energia fora do comum, ficam o tempo todo dançando, fumando o narguilé, até chego a duvidar que tem algo naquela fumaça, não é possível tanta energia e disposição rsrsrs. O fato é que toda a comunidade árabe da região está muito satisfeita com a realização da Copa do Mundo no Qatar. É uma realização poderem mostrar a sua cultura para o mundo.
 
Eu ainda fui fazer algumas fotos noturnas pela Av. Corniche e logo voltei para o hotel, para o merecido repouso.
 
Este foi o nosso primeiro dia. Até o próximo episódio!
 

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