13/12/2022 às 15h16min - Atualizada em 13/12/2022 às 15h16min
A lembrança do apito do trem
Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
Foto: Brand-News
C
Não sei quanto a vocês, mas sou apaixonada pelo outono. Estaçãozinha mais agradável. Pra começar, o céu azul, sem uma nuvem para atrapalhar a beleza das manhãs.
A espera do frio, estação elegante, em que bem ou mal, todo mundo se veste melhor, o cafezinho charmoso e fumegante nos convida a entrar em cafeterias e saboreá-lo com ou sem leite. Tempo para viajar para as montanhas, deixando as praias para a próxima temporada.
Tampo de ir para Campos do Jordão, circular por entre aquela gente chic e bonita, curtir o agito da cidade efervescente de turistas.
Falando e viagens, estivemos, eu e Odair, em São Lourenço, uma das cidades do Circuito das Águas. Convidados para um Congresso de Jornalistas, lá fomos nós. O Hotel Brasil é, sem dúvida, um dos mais tradicionais da simpática cidade. A suíte presidencial, onde já se hospedaram figuras como Getúlio Vargas, Jânio Quadros e outras autoridades, é visitada pelos hóspedes.
Caminhar até o calçadão é descobrir a vida noturna de São Lourenço, com lojas abertas à noite, o centro muitíssimo iluminado, mesas nas calçadas e um movimento intenso de turistas, é tudo de bom.
Uma caminhada pelo bem cuidado Parque das Águas, com suas fontes de águas minerais, o passeio pelos jardins que circundam o parque e as graciosas casas de artesanato, consomem as horas do dia.
Agora, imperdível é o passeio de trem que faz um delicioso percurso até a pequena cidade de Monlevade. O apito da saída, o resfolegar da máquina, a cadência das rodas do trem, o banco de madeira, tudo remete às lembranças das viagens que eu fazia com meus pais.
Ir à São Lourenço e não andar de trem é não curtir o que o mineiro guarda de bom em suas origens.
Nota BN - Não encontramos fotos desse passeio; o registro é de março de 2010, durante viagem entre Casablanca e Marrakech
Abril 2003
