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19/10/2022 às 15h36min - Atualizada em 19/10/2022 às 15h36min

Veneza seduz, encanta, apaixona…

Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
Fotos: Brand-News

  Falar de Veneza é fácil, mas de uns anos para cá os turistas mudaram um pouco seu itinerário. Já não se hospedam em Veneza como antes. Hotéis caríssimos e um tanto quanto antiquados, dificuldades nas reservas... Então, acomodam-se em Mestre, uma cidade­zinha vizinha, que fica a ape­nas 10 minutos de trem. A movimentadíssima estação, embarca levas de turistas num vaivém.
 
  Primeira providência ao chegar à Ponte Rialto: tentar se livrar dos angolanos e suas bolsas falsificadas. Verdade que são perfeitas, e mulher nenhuma resiste... acaba levando. Escapou? Então opte por um dos labirintos e vá desvendando aqui e ali belís­simas igrejas, entradas quase submersas dos casarões ainda ocupados, lojas com cachemiras maravilhosas (as dos ambu­lantes são tão belas quanto, porém mais em conta).
 
Sentar em uma praça e pedir uma água (caríssima, diga-se por sinal). Mas caro leitor, você está na Europa, os euros voam!
 
  Revigorado, não há como não enfrentar a fila para entrar no Palácio do Doge. Ir à Veneza e não conhecer esse cartão postal? Salas suntuosas, arte pura nas telas, afrescos e tetos.
  Depois de tanta beleza, um pouco de terror não vai tirar você da emoção de estar lá. Desce-se uma escadinha estreitíssima - acho que antigamente não haviam obesos -, chega-se ao subsolo do Palácio, a famosa prisão. Eu, parti­cularmente, senti meu pulso acelerar ao passar por entre aquelas celas, sabendo do curto espaço entre o terrível lugar e a suntuosidade dos salões.
 
  Mas vou contar, achei mais interessante a Ponte dos Suspiros, vista de fora, do que por dentro. Respirei fundo e na hora rezei por todos aqueles que ali passaram pela última vez e olharam Veneza através das minúsculas janelinhas.
 
  Mas fomos andar na Praça de São Marcos, realmente linda. Cafés sempre lotados, a bela catedral, a elegante galeria. E já dá uma fome danada. Aí é a hora e a vez de comer uma bela fatia de pizza, que vamos degustando por entre as ruelas estreitas, tentando achar o caminho de volta.
 
Atravessamos de novo a Ponte Rialto, agora sem angolanos e suas bolsas, tomamos o trem, e subi pensando: “Meu Deus, quan­tas vezes mais vou voltar aqui?” Torço para que sejam muitas. Porque Veneza não muda, pelo contrário. Mas ainda assim seduz, encanta, apaixona...
 

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