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11/10/2022 às 16h26min - Atualizada em 11/10/2022 às 16h26min

Strasbourg, mais uma grande descoberta

Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
Fotos: Reprodução Google
Maison Kammerzell, casa medieval de 1427: o restaurante é um ícone da cidade

  Strasbourg era tão inacessível para nós, acho que tanto quanto para um bom número de turistas. E para falar a verdade, eu sequer imaginava onde ficava a Alsácia.
  Mas tudo é uma questão de oportunidade. E um bom mapa na mão.
  Um erro na agenda, já no meio de uma viagem à Europa, de repente ficamos surpresos com dois dias sobrando antes da confirmação do hotel em Zurique, onde passaríamos uns dias a convite da Secretaria de Turismo, em nossa segunda viagem àquela cidade, que amo. A pontualidade suíça, o charme do centro histórico, os chocolates...
  E assim, do nada, o Odair disse: vamos à Strasbourg. Simples assim.
 
  Odair e suas grandes ideias. Deixamos a bagagem no hotel e com uma pequena maleta de mão, rumamos para a estação. Um trem sairia em 20 minutos. Uma hora e meia de viagem, eu colada no vidro da janela encantada com o cenário branco e lúdico do inverno europeu.
  Descemos na imponente Estação Central, já sentindo o prazer de mais uma grande descoberta. Nos acomodamos no hotel próximo à estação, limpíssimo e a duas quadras do majestoso centro da cidade. A vontade era ver tudo. Com a máquina fotográfica a postos, passamos por centenárias edificações em madeira e seus balcões floridos.
 
  Mais à frente, a famosa Maison Kammerzell, em estilo bávaro. No bonito restaurante da casa, escolhemos no cardápio, um Filé de Sandre e uma Tarte Flambée. O vinho francês desceu corretíssimo.
 
  O bonde, um dos mais modernos meios de transporte urbano do mundo, por sua alta tecnologia e conforto, todo em vidro azul, faz o trajeto Centro - Les Ponts Couverts; as famosas pontes cobertas, uma das belas atrações da Petite France (foto).
 
  Como dezenas de outras cidades europeias, pela sua situação privilegiada, Strasbourg foi por várias vezes alvo de grandes disputas. O centro da cidade, mais precisamente as ruas Dome e Juifs, serviram de rota principal das legiões de César, no ano 12 a.C.
  Em 1681 foi anexada à França. Uma época áurea, com Luiz XV e Maria Antonieta com seus séquitos ocupando luxuosos palacetes borbulhando em festas monumentais.
 
  Mais história? Mozart brilhava com seus concertos para a fidalguia e Goeth era um dos famosos estudantes da Universidade. E La Marseillaise se tornou famosa.
 
  Hora de um café. O elegante Montmartre lembrava Paris, e dois capuccinos e torradas deram um tempo para o descanso.
  Faltava o quê? A Cathédrale Notre-Dame, majestosa obra de arte iniciada em 1176. Sua fachada rosada e o trabalho de renda sobre as pedras, merece uma contemplação.
 
  Paramos em graciosas lojas, comprei lavandas, bonecas para minhas netas e patês de Foie gras, criado em Strasbourg, no século XVIII, por uma celebridade da época.
  E o Foie gras, como os vinhos, se tornaram a excelência francesa exportada para o mundo.
 
Abril 2002

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