C Há alguns anos, no mês de outubro estava com Lurdinha em Munique, onde acontecia a maior festa mundial da cerveja. Estávamos hospedados num hotel moderno - o Rilano 24-7 Hotel München City(foto) -, todo envidraçado em tons azulados, duas quadras distante da enorme praça onde acontecia a Oktoberfest. Dois enormes copos de cerveja, acompanhados de uma pratada de joelho de porco, foram o bastante para deixar-nos bem alimentados e alegres.
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c c c cc c c c c c Mas o interessante aconteceu quando retornamos a pé para o hotel. Na frente, do outro lado da rua, havia algumas pessoas paradas, olhando para cima e admirando a “beleza” da frente espelhada do prédio.
“Nada de anormal”, pensamos, e em poucos minutos já estávamos em nosso apartamento, para um banho refrescante para depois nos deitar. Enfim, aquela noite tinha sido especial, pois havíamos conhecido mais uma das atrações turísticas na Europa.
Como não sou de desperdiçar água e acessórios sob o chuveiro, fui o primeiro a me inscrever para um banho gostoso, já que a mulher sempre gosta de demorar bem mais. Em poucos minutos, já estava me enxugando, quando abri a janela do quarto e vi que as pessoas continuavam a olhar para cima.
Agora, também curioso, desci até a portaria e fiquei sabendo na recepção que muitas pessoas costumavam se postar ali, principalmente à noite, para apreciar as pessoas se banhando, já que o vidro externo do quarto de banhos era fosco e apresentava alguma visibilidade, pelo menos o contorno do corpo dos banhistas.
Ao saber disso, tive um acesso de ciúme. Corri para o quarto e, antes que Lurdinha tivesse se posicionado sob o chuveiro, contei-lhe o que acontecia do lado de fora do hotel. Na mesma hora, com uma toalha grande, procurei afixá-la na parede de vidro para proteger sua imagem enquanto se banhava. Parece-me que ela não gostou muito... e talvez tivesse gostado da ideia...
Enquanto esperava pelo fim do seu banho, que me pareceu interminável naquela noite, sentado na cama fiquei imaginando: “Incrível como as pessoas são curiosas!”. E ao mesmo tempo, penitenciei-me: “Por que não fiquei mais tempo debaixo do chuveiro?”