26/10/2022 às 15h27min - Atualizada em 26/10/2022 às 15h27min
Em Colônia, na Alemanha, uma bobeada sobre trilhos
Por Odair Camillo - Jornalista
Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google c
Em maio de 1992, eu e Lurdinha ao chegarmos de trem em Colônia, ficamos surpresos ao vermos o rio Reno atravessado por uma enorme ponte de aço que, praticamente, terminava dentro da estação ferroviária, tendo ao lado a majestosa Catedral (Kölner Dom).
Após um rápido lanche, dois “weisswurst”, uma salsicha branca bem maior que o pão que a envolvia, acompanhados por duas cervejas “kolsch”, já estávamos do lado de fora da estação apreciando a enorme estrutura gótica da Catedral, um dos ícones da cidade alemã. E ali permanecemos pouco mais de 15 minutos em plena contemplação.
Nosso hotel estava próximo, e logo nos juntávamos à multidão de locais e turistas caminhando pelas “Bruckenstrasse” e “Hobestrasse”, ruas cheias de bares, restaurantes e lojas comerciais, quando vimos rodando suavemente sobre seus trilhos um comboio com vários bondes, moderníssimos - que deu asas à minha curiosidade e desejo de passear pela cidade, apreciando suas belezas arquitetônicas, suas praças e atrações, e sem quase nada gastar.
Na mesma hora, eu e Lurdinha, sempre parceira, estávamos num ponto de parada, à frente de uma máquina eletrônica para adquirir os bilhetes do “bonde”, que só foram emitidos com a ajuda de um senhorzinho, simpático e amigável.
Em poucos minutos o comboio chegava, e sentados confortavelmente, apreciávamos as belezas da cidade que era, na época, uma das mais belas da Alemanha, após ter sido praticamente destruída pela guerra e logo restaurada pela sua população.
Mas nossa alegria não durou muito, já que a composição, depois de alguns minutos, deixava a superfície moderna e ensolarada da cidade e embrenhava-se pelos túneis úmidos e escuros do subsolo. O “bonde”, simplesmente era parte do metrô local!
Sem outra opção, sem mapa e sem saber o que fazer, decidimos ir até o final da linha, um bairro distante da cidade. Ao descermos, nos deparamos com uma praça pequena, quase deserta, e ali ficamos por alguns minutos, retornando logo em seguida à estação.
Tivemos a impressão que o operador do bonde/metrô havia percebido o nosso erro, e estava somente esperando a nossa volta para retornar à estação de onde havíamos embarcado. Ao sairmos, acenei a ele: “Danke schön mein Freund”!
Uma bobeada que nos custou quase uma hora perdida para usufruirmos de outros prazeres que a cidade oferecia...
