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22/09/2022 às 15h24min - Atualizada em 22/09/2022 às 15h24min

O que já vimos, e fizemos, em nossas viagens pelo mundo

Por Odair Camillo
Fotos: Brand-News
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Nestes 45 anos, viajando por 58 países, eu e Lurdinha tivemos a oportunidade de ver e fazer muitas coisas interessantes, e reportá-las para o Brand-News. Certamente que daria para escrever outro livro. Mas, vou tentar fazer um resumo das principais coisas que aconteceram nesse período.
 
- Em janeiro de 2001, em MOSCOU (foto), com uma temperatura negativa de quase 30 graus, fui obrigado a comprar um casaco chamado de “vátnik” para proteger-me do frio. Interessante que esse casaco é muito popular e consequentemente barato. Atualmente “vátnik” é conhecido como um palavrão, e normalmente se refere a pessoas de baixa escolaridade e de origem humilde.
Por outro lado, não poderia deixar minha cabeça descoberta. E acabei comprando uma “uchánka”, que ficou muito conhecida no século 20. A “uchánka” tornou-se um verdadeiro símbolo da Rússia, assim como a matriôchka e a balalaika e, como resultado, um souvenir popular.
 
- Em maio de 2001, fui convidado, juntamente com outros colegas da imprensa brasileira, a conhecer ST. AUGUSTINE, a cidade mais antiga dos Estados Unidos, fundada pelos espanhóis em 28 de agosto de 1565, como o primeiro assentamento permanente do território americano. Ela foi por 235 anos a capital política, militar e religiosa da província da Flórida e hoje é o roteiro certo para aprender mais sobre a história do país.
Ficamos hospedados num dos melhores hotéis da cidade, o Casa Monica Resort & Spa, em estilo colonial espanhol. Mas o que quero contar neste texto é que, embora fôssemos convidados para ficar hospedados por cinco noites, logo na terceira noite fomos avisados que teríamos que mudar para outro hotel, uma vez que o rei da Espanha Felipe VI e sua esposa, Letizia, em viagem pelos EUA, resolveram passar por St. Augustine.
Outro fato interessante aconteceu quando fazia um tour pelo Centro Histórico. Visitando suas lojas, museus, casas e mansões da época da colonização, encontrei uma “ferraria”, onde estava um senhor idoso, trabalhando na confecção de objetos de ferro, que eram aquecidos numa forja a carvão e moldados numa bigorna. Lembrei-me de meu pai, que grande parte de sua vida trabalhou como ferreiro, fazendo ferraduras para animais, entre outros serviços.
 

- No HAVAÍ (
foto), em novembro de 2002, entre outras coisas interessantes, andamos sobre uma passarela construída sobre os destroços remanescentes do navio USS Arizona, fundado pelos japoneses no ataque a Pearl Harbor - quando foram destruídos 188 aviões, matando 2.403 militares e 68 civis. No dia seguinte, visitamos um bunker cravado num morro, construído para abrigar e proteger as pessoas dos ataques japoneses durante a guerra.
 
- Em BANGCOC, em julho 1999, depois de visitar o Grande Palácio, residência da família real, e de conhecer os grandes templos da Tailândia - como o Templo de Buda de Esmeralda -, eu e Lurdinha fomos ao Mercado Flutuante de Tailing Chan, e depois fizemos um tour de elefante, animal sagrado no país asiático num dos lugares mais conhecidos para esse tipo de passeio, o Chang Mai. Nada de especial. O mais difícil foi o acesso ao topo do elefante...
 

- Em DALLAS (
foto), no Texas, em janeiro de 2008, durante um almoço dançante no Billy Bob´s, famoso restaurante que é uma das atrações turísticas da cidade, dancei com uma texana as músicas típicas country. Não sabia, no entanto, que estava sendo filmado pelo companheiro de viagem Tito Silveira, que pretendia mostrar para a Lurdinha, o que eu tinha feito de errado na sua ausência. Felizmente, Lurdinha que já conhecia as brincadeiras do Tito, não levou a sério. Mas o filme acabou rendendo boas risadas, e quase uma separação.
 
- Em JAKARTA, na Indonésia, em maio 2017, aguardando uma conexão para Sydney, na Austrália, tivemos que permanecer mais de 10 horas no aeroporto, sem qualquer informação sobre o voo pela Garuda Indonesia Airlines, que teve problemas técnicos. Somente no dia seguinte aterrissávamos no aeroporto da capital australiana.
Por outro lado, perto de nosso hotel em Sydney, pudemos ver de muito perto, e filmar, a passagem à nossa frente de um dos maiores ídolos do mundo da música e entretenimento, Michael Jackson. Ao vivo e à cores...
 
- Em abril de 2011, em SANTORINI, uma bela ilha grega, ao chegar ao hotel, vindo do porto, vestindo uma calça jeans, com os bolsos cheios de tralhas de viagem, encostei no balcão da recepção enquanto aguardava o check-in, quando senti que algo estranho estava acontecendo. Minha calça começou a cair até chegar ao chão. Quando me dei conta, estava de cueca no salão. Ainda bem que a recepção do hotel ficava numa parte isolada e escura e acredito que poucas pessoas notaram essa “falha nossa”.
 
 - E por falar em “errar a data da viagem”, em fevereiro de 1996 fui convidado a conhecer NEW ORLEANS e, coincidentemente na mesma semana, participar da inauguração de um Autódromo da Disney na FLÓRIDA, o “Richard Petty Driving Experience”.  Empolguei-me com New Orleans, em especial pelo French Quarter, onde há muita música, dança e outras diversões. E foi esse o motivo pelo qual, sem me dar conta, fiquei um dia a mais na cidade sem perceber.
Acabei chegando no dia seguinte à inauguração do autódromo. Ao apresentar-me no local, já estranhei não encontrar os colegas jornalistas. Foi quando fui informado que eu havia perdido a oportunidade de dirigir naquela maravilhosa pista oval da Flórida, um carro de corridas da Nascar.
Compreendendo a minha situação, a diretoria resolveu preparar-me para a “corrida”, fornecendo-me o equipamento. Com sacrifício, ajudaram-me a entrar no veículo, sem portas, pelo vão da janela, para dar 3 voltas no circuito oval do autódromo com um carro barulhento que chegou a atingir 240 km hora.
Mas, infelizmente, sentado ao lado do piloto... 
 
- A primeira vez que eu e Lurdinha fomos convidados a conhecer ZURIQUE, no início do inverno de 2003, nós havíamos feitos uma pequena turnê por algumas cidades da Europa. Chegamos de trem à bonita cidade alemã pela manhã, e da estação central, arrastamos as malas até o hotel, que ficava próximo.
Ao fazer o check-in, fomos informados pelo atendente que a reserva era para o dia seguinte.  E que, para aquele dia não havia nenhum apartamento disponível. No mesmo instante, agradeci e pedi que mudasse nossa reserva e que voltaríamos dois dias depois.
Retornamos à estação ferroviária, e pelo placar de informações dos horários, verificamos que dali a uma hora, sairia um trem para ESTRASBURGO, um destino turístico francês, pouco mais de uma hora dali, e que já estávamos planejando visitar. Fomos, e adoramos. Depois de dois dias, retornamos à Zurique, que também valeu a pena.
 

- Em HAVANA (
foto), Cuba, em agosto de 2003, participei de um famtour organizado pela Rede Sandals de Hotéis, em parceria com a Copa Airlines. No caminho para Varadero, sofri um sério acidente, sendo atendido num posto médico local. Essa foi a primeira viagem que fazia à ilha de Fidel Castro (acabei retornando mais três vezes). No resort, fiquei conhecendo um médico cubano que aceitou ficar com toda a minha roupa, suja e rasgada no acidente, por não possuir uma melhor, e porque ganhava do governo somente US$ 20 por mês.
Também vi em Havana engenheiros puxando charretes com turistas pelas ruas. Mas o pior aconteceu no dia de retorno a São Paulo. Uma anciã, nos “aseos” do aeroporto, com um pires na mão, pedia ajuda. Ao lhe dar uma cédula de US$ 1,00, ela ajoelhou-se em forma de agradecimento. Acabei chorando...
Quando fomos embarcar de volta para São Paulo, qual não foi minha surpresa ao arranjarem para mim um lugar na Classe Executiva da aeronave pelo fato de eu ter sofrido um sério acidente e quase não poder me locomover!
 
- Em dezembro de 2016, em AUCKLAND, na Nova Zelândia, não nos deixaram embarcar de volta ao Brasil, por motivos técnicos. Após cumprirmos uma maratona de viagem por 31 dias, em nossa “Volta ao Mundo”, o nosso voo de retorno pela Aerolíneas Argentinas havia sido restringido a um menor número de assentos, já que a empresa havia descumprido uma regra internacional e fora penalizada, tendo que deixar muitos passageiros em terra. Mas, graças a influência de um amigo brasileiro, pudemos voltar, horas depois, num voo da United, mas com escalas em Los Angeles, Nova York e finalmente São Paulo. Uma loucura, mas chegamos...
 

- Fomos convidados para visitar, também numa mesma data, NEW ORLEANS (
foto) e a JAMAICA. Isso mesmo que você leu! Tínhamos que conhecer a bela cidade americana, no Mississippi, e, ao mesmo tempo, Port Antonio, na Jamaica. Bem, foi aí que entrou a criatividade e imaginação. Através de um fax, expliquei que o jornal havia recebido dois convites para a mesma data, e que eu mandaria a jornalista Lurdinha Camillo cobrir o destino jamaicano, que eu já havia visitado anteriormente, enquanto eu iria para os EUA.
Depois de tudo acertado, a viagem foi feita, e os detalhes - que foram muitos - podem ser conhecidos no livro “Memórias de um Jornalista Globetrotter”, uma das publicações do jornal Brand-News.

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