13/09/2022 às 15h06min - Atualizada em 13/09/2022 às 15h06min
Atenas, cidade para se percorrer com um mapa e garrafa d’água nas mãos
Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
FOTOS: Brand-News
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Eu e os deuses do Olimpo ficamos quase íntimos de tantas horas que passei ali entre cenas históricas. Fechava os olhos e “via” Teseu, herói e fundador da cidade de Atenas, isto por volta do século XIII a.C. Em meu “delírio”, via também o belíssimo Apolo, a deusa Afrodite, Ártemis e os nobres Roma e Augustus circulando em seus trajes elegantes pela cidadela do Parthenon, cheia de templos, jardins e anfiteatros.
Bem, mas vamos cair na real. Atenas faz o coração bater mais forte logo que se chega ao centro da cidade e começa a perceber as pedras da Acrópole, com o Parthenon feito uma sentinela vigiando a cidade de lá do alto. Obra imortal da maturidade e espírito clássico.
Uma cidade para ser explorada a pé, mapa e garrafa d’água nas mãos, e com vontade de perder-se entre seus bazares, ruelas e escadarias pavimentadas com escombros de sete mil anos de história.
É o lugar onde o Oriente encontra o Ocidente - Atenas repousa na divisa de dois grandes impérios - o Cristão Ocidental e o Otomano Oriental, o que a faz mais parecida com a vizinha Turquia do que com a Europa.
Vamos a pé, descobrindo porque Atenas é chamada de berço da arquitetura clássica. Quando, em 1834 foi declarada capital do novo estado grego, arquitetos gregos e europeus foram encarregados de desenhar novamente a cidade. A visão do classismo encontrou então um terreno fértil, e palacetes, colunatas e templos bizantinos encheram a cidade de beleza.
Os tons dourados das pedras, a magnitude das colunas, contrastando com o céu mais azul que já vi, são para não esquecer e querer voltar.
Ah, mas nem só de cultura vivem os gregos e troianos. E bem aos pés da Acrópole se estende a Plaka - típico, pitoresco, aliando entre suas rueIas, palacetes neoclássicos, bazares apinhados de estatuetas, o famoso olho grego, pratos figurativos, entre réplicas dos clássicos monumentos gregos, as famosas marionetes, uma arte nascida na Grécia. Como resistir e não comprar um ou outro?
Pela graciosa e pequena Avenida da Plaka (foto), restaurantes exibem em seus cardápios a deliciosa culinária. Porções generosas vêm em pratos decorados com o famoso design grego, o que satisfaz não só o estômago, mas enche os olhos. Pães variados (e provamos o vinho da casa). Não sei se meus sofisticados amigos enólogos daqui não iriam torcer o nariz, afinal, não era nenhum Romanée-Conti, mas se o vinho não agrada aos mais exigentes a cerveja é leve, deliciosa e servida sempre geladíssima.
Ah, como não comentar sobre o famoso e bem temperado sanduíche de carneiro, grelhado em grandes cones? Quem já experimentou esta típica delícia da Grécia, encontrada em cada esquina de uma capital europeia, sabe o que estou falando.