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09/06/2022 às 15h47min - Atualizada em 09/06/2022 às 15h47min

Cuiabá, porta de entrada do Pantanal, reserva algumas surpresas

Texto e fotos: Cláudia Camillo Prieto
Datado de 1882, o Museu do Morro da Caixa d´Água Velha funcionou como caixa d´água por décadas até ser tombado pelo Patrimônio Histórico, em 1989. Tem paredes revestidas de areia lavada, cal virgem e pedregulhos
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Com mais de 400 imóveis tombados pelo Patrimônio Público Federal e uma cultura peculiar, a capital do estado de Mato Grosso carrega em mais de 300 anos de história alguns ícones que suscitam o interesse do visitante. A cidade que ostenta uma das mais altas temperaturas do país - podendo chegar aos 40 graus mesmo no início do inverno - abriga o Marco do Centro Geodésico da América do Sul, é conhecida como “Cidade Verde” e é considerada a porta de entrada para o Pantanal, um dos mais importantes biomas brasileiros. A cidade também fica a poucos quilômetros da Chapada dos Guimarães e todo o cerrado mato-grossense, região famosa pela abundância de atrativos naturais como grutas, cavernas, cachoeiras e águas termais.
 
E como ponto de partida para destinos tão atrativos, Cuiabá reserva algumas surpresas - entre elas o Museu do Morro da Caixa d´Água Velha, bem no centro da cidade. O local, datado de 1882, funcionou como caixa d´água por décadas até ser tombado pelo Patrimônio Histórico, em 1989. Encontra-se aberto à visitação como museu desde novembro de 2007. Segundo a direção, desde então o local já foi visitado por mais de milhares de pessoas, que se extasiam com suas paredes revestidas de areia lavada, cal virgem e pedregulhos.
 
Outra boa surpresa é o Centro Cultural Sesc Arsenal, espaço aberto ao público com uma diversificada programação cultural. Às quintas-feiras o local ganha o tempero da culinária regional - é quando pessoas e entidades cadastradas comercializam pratos típicos a preços módicos, para o deleite de moradores e turistas.
 
O marco do Centro Geodésico da América do Sul - o nome se refere ao que seria o ponto mais central do continente, eqüidistante dois mil quilômetros dos oceanos Atlântico e Pacífico - fica na praça Pascoal Moreira Cabral. Foi determinado pelo Marechal Cândido Rondon, em 1909, e depois de ser contestado pela administração do município de Chapada dos Guimarães, foi confirmado pelo Exército Brasileiro, que aprovou as coordenadas calculadas pelo militar. 
 
A arquitetura da área urbana, antes tipicamente colonial, sofreu modificações e adaptações a outros estilos. Vários prédios foram demolidos. Mas desde que o tombamento do centro como Patrimônio Histórico Nacional pelo IPHAN foi homologado pelo Ministério da Cultura do Brasil, em 1992, vários prédios foram restaurados. Entre os destaques, o Palácio da Instrucção - que hoje funciona como Museu Histórico e Biblioteca; e o Mercado de Peixes (atualmente Museu do Rio Cuiabá), entre outros.  
 
Apesar de as igrejas apresentarem arquitetura simples, como a singela Igreja de São Benedito, uma em especial se destaca no cenário urbano: a Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho (foto), datada de 1918 e cujo imóvel pertence à Mitra Arquidiocesana de Cuiabá. Com estilo gótico, é uma réplica em miniatura da Catedral de Notre Dame, de Paris. Na época de nossa visitam encontrava-se fechada à visitação, por conta de uma reforma.
 
A Casa do Artesão, que funciona num charmoso sobrado, não pode ficar de fora na hora das compras. Nas diversas salas do casarão podem ser encontrados o artesanato indígena e ribeirinho, peças decorativas com matérias-primas da região, camisetas, etc.
 
MÚSICA E GASTRONOMIA - Confeccionada em tronco de madeira inteiriço, a viola-de-cocho (foto) compõe e valoriza o patrimônio cultural do estado. No Restaurante Peixada Regional, em São Gonçalo Beira Rio, bairro da comunidade ribeirinha onde a equipe de jornalistas convidados do Sedtur participou de um almoço-coletiva com o Diretor de Turismo da SMTDET, Jaime Yasuo Okamura, músicos locais apresentaram a artesanal viola-de-cocho - tocada especialmente nas apresentações de Cururu e Siriri, danças populares compostas por elementos africanos, sob influência castelhana e portuguesa. Bom de se ouvir.
Sobre a mesa, pratos típicos da região, como a Mujica de pintado com mandioca e peixes como o pacu, pintado e peraputanga (ou simplesmente “pera”), servidos com pirão, arroz branco e farofa de mandioca. Outra especialidade da culinária é a “Maria Isabel”. Por trás do curioso nome, um prato muito apreciado pelos cuiabanos, uma versão do “arroz de carreteiro”, mais escuro, com galinha ou carne. Acompanha feijão. Simples assim.
 
HOTELARIA - Destaque da rede hoteleira, o Hotel Deville Cuiabá (www.deville.com.br) é referência em hospedagem. Possui 174 apartamentos de luxo e suítes - a presidencial, decorada pessoalmente pela esposa do presidente do empreendimento, é a mais disputada pelas celebridades que visitam a cidade. Bem localizado, é o único cinco estrelas da capital (2008).
Opção mais em conta é o Hotel Mato Grosso (www.hotelmatogrosso.com.br). Central, próximo aos bancos e comércio, passou por uma reforma. Com bom café da manhã, é ideal para quem faz escala em Cuiabá ou pretende se instalar para conhecer melhor a cidade.
 
Maio 2008

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