Brand-News Publicidade 1200x90
Brand-News Publicidade 728x90
08/06/2022 às 15h38min - Atualizada em 08/06/2022 às 15h38min

Aroe Jari: cobras e onças à espreita

Texto e fotos: Cláudia Camillo Prieto
c 
Partindo de Chapada dos Guimarães, num percurso de terra bem acidentado, chega-se à caverna Aroe Jari, a segunda maior caverna de arenito do Brasil, acessível somente com o acompanhamento de guias especializados da Embratur e mediante o pagamento de uma pequena taxa, já que está dentro de uma área particular cuja sede tem banheiro e bar.
O valor inclui o aluguel de uma perneira de couro, que protege o visitante especialmente de cobras que eventualmente possam aparecer no trajeto.
 
A trilha pelo cerrado, com nascentes de águas e três pontes suspensas, pode ser percorrida em pouco mais de uma hora, mas o guia sempre faz pequenas paradas para mostrar plantas medicinais e a grande diversidade da flora local.
 
A visitação controlada acontece desde 2002, está restrita a 50 pessoas por dia (à época) e apenas ao primeiro salão. Dentro da caverna foram descobertas urnas funerárias dos índios bororos - daí o significado do nome, “Morada das Almas”. Mas longe de ser um lugar assustador – embora por ali circulem, obviamente, morcegos -, a caverna, com 1km de extensão, ganha beleza e a contemplação dos visitantes por conta da formação de uma lagoa no seu final, a Lagoa Azul, proibida para banho. Para se chegar a ela, deve-se contornar a caverna por fora. A água potável e cristalina que “brota” do interior ganha a tonalidade ora azul, ora verde, dependendo da luminosidade. Um espetáculo da natureza.
 
ONDE FICAR - A Pousada do Parque, charmosa, intimista, localizada estrategicamente nos limites do Parque Nacional a uma altitude de 750 metros, é a dica do Brand-News. Seus oito apartamentos, a pequena sede e o restaurante “Teta da Loba”, aberto para o horizonte da Chapada, já seriam motivo para se conhecer o local. Mas um banho de cachoeira na reserva privativa da pousada, acessível por uma pequena trilha sinalizada, supera a expectativa.
O endereço do site é www.pousadadoparque.com.br.
 
Confesso que era mais corajosa do que sou hoje...
 
Comentando ontem com o Reynaldo sobre a matéria que escrevi em maio de 2008 e que seria publicada hoje, nos lembramos dos “perrengues” que passei por conta desse passeio.
Como disse no texto sobre o Pantanal, a participação de jornalistas destemidos que nos acompanharam no famtour foi importante para que eu tivesse a coragem de encarar vários passeios - especialmente este, que foi o ponto alto da viagem.
A possibilidade de cruzar com cobras peçonhentas no caminho para a caverna - que me pareceu interminável - foi uma espécie de “aperitivo” para o que viria depois. Protegidos por perneiras, pegamos a trilha que dá acesso à Aroe Jari. Eu, sempre no meio do grupo, onde me sentia mais protegida.
Confesso que cavernas nunca me atraíram - pelo contrário, sempre me amedrontaram. E ao saber que deveríamos entrar em pequenos grupos (2 a 3 pessoas no máximo, mais o guia), e que o local, além de escuro, tinha água e morcegos, agradeci e disse “nananinanão”.
Até aí, tudo bem. Que mal teria em ficar do lado de fora esperando pelo retorno do pessoal? Foi aí que fui informada - e vi com meus próprios olhos - que haviam várias pegadas de onça nas proximidades. Pegadas recentes!
“Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, pensei. O Reynaldo e um dos rapazes, gentlemen, concordaram em ficar ali comigo, do lado de fora, vigiando a onça. Que não apareceu.
Respirei aliviada quando o grupo retornou, já pensando no extenso e perigoso caminho de volta que teríamos pela frente, algo em torno de uma hora.
Mas ainda tínhamos a Lagoa Azul para conhecer, a poucos metros dali. E o leitor pode não acreditar, mas em uma das árvores muito próximas ao local - maravilhoso por sinal, e que recomendo a quem aprecia esse tipo de turismo -, tinha uns arranhões de onça. Talvez a mesma, ou seria outra? Socorro!
Vi, fotografei, quase enfartei e fiquei aliviada quando o guia disse que a missão havia sido cumprida.
Hoje, revendo as fotos dessa aventura, quase não me reconheço. Acho que, sim, eu era mais corajosa do que sou hoje!                       
                                                                       
Maio 2008

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://brandnews.com.br/.