18/01/2022 às 16h58min - Atualizada em 18/01/2022 às 16h58min
Valparaíso e Viña del Mar, no Chile
Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
FOTOS: Brand-News
Lurdinha Camillo em um dos calçadões da cidade litorânea de Viña del Mar m
A poucos quilômetros de Santiago, as cidades valem a viagem
Por conta da agenda recheada de eventos, com itens de A a Z, eu e minha filha Cláudia Camillo Prieto temos que administrar com talento e bom humor os dias, as horas e até os minutos da vida diária. Organizar o tempo nos permite tirar proveito de todos os momentos.
E o Chile foi escolhido para uma curta semaninha de férias por apresentar opções variadas e diferenciadas para turistas com rodinhas nos pés.
Amamos Santiago, que eu já conhecia, circulamos com desenvoltura pelos quatro cantos, descobrindo o que de melhor e mais interessante a capital chilena tem.
Bem, a euforia tomou conta quando embarcamos rumo à cidade portuária de Valparaiso, pela rodovia que dá de presente aos viajantes, o cenário dos vales algumas vezes nevados.
Pela janela, o celular vai guardando as imagens, ora dos vales, ora da vegetação rústica.
A entrada de Valparaiso é caótica, com a rua central empoeirada, ladeada por decadentes prédios e tendas de uma feira livre, casas onde a tinta desapareceu há tempos. Dá pra pensar: é uma pegadinha. Que dura pouco.
Vai-se subindo as ladeiras, e os casarios coloridos, as ruelas cada vez mais íngremes, e os casarios coloniais do século 19, declarados como Patrimônio Cultural da Humanidade, começam a encantar os visitantes. Lá do alto, dá para admirar a vista deslumbrante da região banhada pelo mar do Oceano Pacifico - uma boa opção é o mirante do Museu La Sebastiana, a casa do poeta Pablo Neruda. O ponto turístico abriga ainda um pequeno café e uma loja.
Uma ou outra ladeira mais acentuada, e tira-se de letra andar a pé e dar de cara com os cafés, galerias de arte e restaurantes da Calle Esmeralda.
Há quem diga que Valparaiso parece uma grande e colorida favela, por conta de seus morros altos, dominados por casas amontoadas. Mas praticamente toda a população vive entre os quatro principais morros. É o estilo de viver do lugar.
Hora de descer a ladeira e desembarcar por algumas horas na Plaza Sotomayor, com imponentes construções históricas, como o Monumento a los Héroes de Iquique.
No charmoso quadrilátero, com monumentos em estilo vitoriano e francês, destaque para o edifício em estilo neoclássico Armada de Chile. Construído em 1910, o palácio azul serve como sede da Marinha chilena.
Mais, o Hotel Reina Vitória, de inspiração britânica, luxuoso em sua fachada em rosa, três andares de puro glamour. Ao lado, quebrando o clima Belle Époque, um Starbucks. Tentei, mas não consegui imaginar os aristocráticos hóspedes da época saindo pela praça com o famoso copinho de café seguro nas mãos enluvadas!
CHARMOSO BALNEÁRIO - Valparaiso e Viña Del Mar são praticamente vizinhas de quintal. Uma o quintal, outra a sala de visitas.
Viña del Mar é conhecida como a “Cidade Jardim”, suas belas e largas avenidas à beira mar, ladeadas por modernos prédios com espelhos d´água.
A vontade de experimentar a famosa gastronomia de Viña era maior que a curiosidade de conhecer Del Mar.
Estilosos restaurantes com janelões abertos mostram o azul intenso do mar do Pacífico que o céu quer imitar, mas seu azul claro fica envergonhado com tanta beleza.
Cardápios à base de frutos do mar, mas antes uns minutos de pura contemplação do cenário do sofisticado balneário.
Beberiquei meu Kir Royal e combinei com a Cláudia para, uma outra vez, lagartearmos uma semana por lá. Quem sabe?
Capital turística do Chile, Viña, aiaiai já estou íntima, tem como atração o Castilo Wulff. Construído por um comerciante alemão em 1906, atualmente funciona como galeria de arte.
Também o Casino, o mais antigo do Chile, datado de 1930 e localizado junto a um grande hotel resort; e o Museo Fonck, que abriga uma interessante coleção de peças arqueológicas de povos antigos que habitaram as regiões do Chile. À entrada, um grande moai, um dos poucos localizados fora da Ilha de Páscoa.
Uma vendedora chilena, nas imediações, oferecia por módicos pesos e cores intensas, belas pashiminas de Alpaca, a finíssima lã chilena. Como resistir?
Tardinha, e o belíssimo pôr do sol vale pelo momento de uma beleza inesquecível.
Abril 2017