10/12/2021 às 16h05min - Atualizada em 10/12/2021 às 16h05min

Uma aventura em Los Angeles

Por Marcelo Vasconcellos Camillo - Empresário
Pouco mais de 10 horas de voo é o tempo que separa o aeroporto de Guarulhos do aeroporto de Dallas, no estado do Texas, USA, minha conexão até Los Angeles, na Califórnia. Após os devidos procedimentos alfandegários e sanitários em Dallas, são pouco mais de três horas de voo até o destino final. Nada demais para quem esperou por tanto tempo esta viagem, adiada por duas vezes por causa da pandemia. A Flytour Viagens, de Poços de Caldas, e a American Airlines, foram a agência e companhia aérea escolhidas para meu roteiro de viagem.
 
Já em LA - a segunda cidade mais populosa dos EUA, conhecida como Cidade dos Anjos, um ônibus do próprio aeroporto me leva até o setor de embarque de táxis e Uber. Após quase uma hora, me hospedo em um pequeno hotel no coração de Hollywood, o Hollywood Celebrity Hotel, escolhido estrategicamente por estar localizado bem atrás do Hollywood & Highland Center, um grande complexo que lembra um shopping center. É neste local que se encontra o Dolby Theatre, o teatro que serve de palco para a cerimônia de entrega do Oscar, além de grandes lojas e restaurantes, como o Hard Rock Café Hollywood. No teatro é possível fazer um “Tour Experience” para conhecer bem de perto o palco, as cadeiras, os camarotes e ter a experiência de receber a famosa estatueta.

E é ali bem em frente ao shopping que praticamente tudo acontece. Diversos artistas anônimos de todas as áreas se revezam e fazem seu show, demostrando a sua arte e a paixão pelo entretenimento, alguns fantasiados, sósias, bandas, rappers etc, em busca dos “tips” ou até mesmo pela simples paixão de representar seus ídolos.
 
SHOW BUSINESS - Com o tempo muito curto (apenas três dias em LA), é hora de bater pernas e desbravar Hollywood Boulevard, uma avenida com pouco mais de dois quilômetros, tendo como uma das atrações as famosas estrelas no chão com os nomes dos mais importantes artistas do cinema, da música, da televisão, do teatro e do rádio. Cada estrela tem o nome e um desenho central, demonstrando qual setor do show business é o homenageado.
Pertinho dali está o Teatro Chinês, palco de pré-estreias de filmes de Hollywood, sendo um dos locais mais fotografados e disputados da Calçada da Fama. Toda a sua calçada é decorada com pegadas, com a palma das mãos e assinaturas dos famosos.








Ao lado do Teatro Chinês está o não menos famoso Madame Tussauds, o museu de artistas de cera. São diversas salas em seus três andares. O realismo dos famosos ali representados, realmente é de impressionar. Sozinho, numa sala com os homenageados, você tem a nítida impressão de estar com eles, ao vivo! Impressionante a sensação. Em algumas salas, os astros estão caracterizados com as roupas, o ambiente e o fundo musical do filme em questão. Fotos e vídeos interagindo com os personagens, são inevitáveis.
 

BASQUETE: UM SHOW À PARTE - Mais uma circulada por quase toda a avenida, repleta de lojas de souvenirs, casas de show, bares, restaurantes, e logo parto para a minha primeira programação de eventos em LA. Um Uber me leva ao Staples Center, o ginásio esportivo de basquete, onde, às 19h, aconteceria o jogo da NBA entre os dois times da cidade: Los Angeles Lakers x Los Angeles Clippers.

O estádio, que mais parece um shopping, tem seu entorno repleto de lojas, bares e restaurantes lotados de fãs do basquete. Quase 20 mil pessoas presenciaram um espetáculo naquela noite de sexta-feira.
Com minha camisa de futebol do Brasil, cheguei bem cedo ao estádio, pois sabia que não era apenas um jogo: é muito entretenimento, é um show. Diversas atrações antecedem o jogo, e ainda continuam nos intervalos, nos pedidos de tempo. A iluminação, o telão gigantesco central, o som, as músicas não deixam o público sentado em suas cadeiras, fazendo do jogo em si, um mero coadjuvante (o que de fato não é).

Meu assento reservado previamente é bem ao lado do túnel dos vestiários dos Lakers. Grandes astros da NBA, como LeBron James, Anthony Davis e Russel Westbrook passam bem ao meu lado. Chego a pedir um toque nas mãos para Lebron, mas acho que por causa da Covid ele se recusou. A execução do hino nacional americano é um momento à parte, e chega a arrepiar o respeito e admiração que este povo tem pela sua bandeira. Um jogo disputadíssimo e muito emocionante até o último segundo, vencido pelos Clippers, por 119 a 115, resultado que pouco me importou, apesar de estar ali torcendo pelos Lakers, como a quase totalidade dos fãs dos espectadores presentes.
 
Já do lado de fora do estádio está o complexo Los Angeles Convention Center. Várias atrações ocorrem ao ar livre, espaço cheio de bares e restaurantes, todos lotados. Uma enorme pista de patinação no gelo aberta ao público, com uma gigante árvore de Natal central, faz a alegria dos amantes da patinação. Lógico que este mico eu não paguei! Fico por aquela bela região um tempo e me despeço do local. De volta ao hotel, hora de carregar as baterias para o dia seguinte.
 
LETREIRO E PARQUE - Já no sábado foi o momento de visitar o Hollywood Sign, o famoso “Letreiro de Hollywood”. Antes disso, mais uma boa caminhada pela Calçada da Fama, pois nada é igual ao dia anterior. Passadas algumas horas, um Uber me leva até o local de visitação mais próximo, localizado na 3000 Canyon Lake Drive, distante apenas 12 minutos do hotel. Neste local, além do famoso letreiro, que apesar de parecer pequeno na fotografia (cada letra tem 14 metros de altura, quase 4 andares), do lado oposto avista-se uma enorme represa, e uma boa parte da cidade de Los Angeles. Não mais do que 15 minutos são suficientes para conhecer o local e fazer algumas das mais tradicionais fotos com o letreiro ao fundo.
 
Logo após o almoço é chegada a hora da minha segunda programação em LA: o parque Universal Studios Hollywood. Também bem próximo ao hotel, apenas 18 minutos de Uber. Neste dia, com a capacidade total do parque liberado, calculo que cerca de 50 mil pessoas, no mínimo, estavam circulando pelo local em busca de diversão.
Gigantesco, com atrações para todas as idades, o famoso parque é parada obrigatória para quem visita ou mora em LA. Com pouquíssimo tempo na agenda e já com os lugares a visitar em mente, optei por comprar previamente o ticket “Universal Express” (que, acho, foi criado em nossa homenagem, devido ao famoso “jeitinho brasileiro de furar a fila”).
 
PERRENGUE - O Mundo de Harry Potter, Kung-Fu Panda, Jurrassic World, Transformers, Mummy e Simpsons foram as atrações visitadas. Kung-Fu Panda foi só para sentar, respirar e relaxar do stress, pois quase infartei na montanha russa do Harry Potter. Não somente pelo brinquedo em si, que é sensacional, impressionante. Como tinha acabado de fazer um filme no celular, do lado de fora da montanha, antes de entrar na tal fila “express”, em alguns segundos já estava sentado na cadeira do brinquedo à espera da partida. Com o celular em mãos, filmando, não tive nem tempo de pensar em guardar o mesmo. Resumindo: foram intermináveis 5min30seg de filmagem, segurando o celular com as duas mãos, fazendo a maior força possível para que o mesmo não escapasse. E ainda tive que me segurar na cadeira usando os braços, para que eu não fosse ejetado da mesma. Pensava comigo que jamais iria encontrá-lo, caso ele soltasse das minhas mãos. Enfim, se me perguntarem o que aconteceu lá dentro, não me lembro, só sei que fui chacoalhado em todas as posições possíveis, em alta velocidade, para frente e para trás, só o que vinha em mente era o que poderia acontecer, já que meu celular tinha meu ingresso para o jogo do dia seguinte, contato do Uber, cartão de credito, passagem de volta, comprovante de vacina, teste de Covid, e-mail. Mas venci.
As demais atrações, todas foram com o celular no bolso, fechado com zíper, pois poderia acontecer a mesma coisa. Vale dizer que todas foram excepcionais, tamanha tecnologia e realismo, uma experiência incrível.
No Raptor Encounter, quase tive meu braço arrancado pelo dinossauro, uma vez que era somente para fotos e vídeo - e no melhor estilo Lurdinha Camillo, fui me entreter e provocar o animal, para desespero da narradora e dos que aguardavam a sua vez de ficar frente a frente com o animal. Insistentemente foi me dito, mas com o meu pífio inglês, não entendi as palavras!
 
NO SOFI STADIU, AO VIVO E À CORES - De volta ao hotel para carregar mais uma vez as baterias para o dia seguinte, o que seria o meu principal objetivo e motivo para ir para os Estados Unidos.
Apaixonado por Futebol Americano (NFL), que acompanho há vários anos pela TV, meu sonho era assistir a uma partida ao vivo. E o local escolhido foi o Sofi Stadium, onde jogam os dois times de futebol da cidade, LA Rams e o LA Chargers. Situado a 5 km do aeroporto internacional, o Sofi Stadium foi inaugurado na temporada de 2020 e teve os seus jogos sem público, devido a pandemia. Somente nesta temporada de 2021, passou a receber fãs deste esporte. Ao custo de US$ 5 bilhões, é o estádio mais novo e mais moderno dos Estados Unidos. O Sofi Stadium receberá o Super Bowl LVI, em fevereiro de 2022 (a final do Futebol Americano). Los Angeles também será uma das cidades sedes da Copa do Mundo Fifa de Futebol de 2026, e alguns jogos serão realizados ali. Também será o Estádio Olímpico dos Jogos Olímpicos de Verão de 2028, abrigando a cerimônia de abertura e de encerramento dos jogos, logo após Paris 2024.
 
COMO UM LEGÍTIMO TORCEDOR AMERICANO - No domingo, acordo bem cedo, pois ao contrário dos demais lugares visitados, este está localizado bem longe do hotel. Mais uma vez um Uber me deixa na porta do estádio, já que o jogo começaria às 13h05, e os portões abririam as 11h00. Após a volta completa ao lado de fora do estádio para reconhecimento do local, já me encontro em primeiro lugar da fila no meu setor de entrada, e espero ansiosamente a liberação das catracas. O jogo em questão era Rams X Jaguars. O carneiro é o mascote dos Rams, era o segundo lugar na divisão NFC Oeste. Por sua vez o Jaguars era o quarto e último colocado na sua divisão AFC Sul. Portanto, o jogo seria “uma barbada” para os donos da casa. Fiquei impressionado quando entrei no estádio, nunca tinha visto nada igual. Comporta mais de 70 mil pessoas sentadas, mas ali caberiam mais de 150 mil, sem dúvida nenhuma, devido aos seus 8 níveis, diversos corredores, camarotes, bares, lanchonetes, lojas. Um moderníssimo e exclusivo telão suspenso gigantesco de dupla face da Samsung, com tecnologia 4K (único no mundo), em toda a extensão. Em alguns momentos, chego a ficar na dúvida se vejo o jogo pelo telão ou fico de olho no gramado, devido à qualidade da transmissão. O sistema de som não fica atrás. Só aí já foi uma experiência incrível. Todo o estádio é muito rico em detalhes, lembrando que US$ 5 bi foram investidos ali.
Sentado bem na primeira fileira, na linha de 22 jardas, com todo o time dos Rams à minha frente, minha visão de todo o estádio era sensacional. A entrada dos jogadores, a execução do hino nacional, não tem nada igual em termos de espetáculo. Temos que respeitar os americanos, eles sabem fazer um show como ninguém, fazem valer o ingresso. Assim como no basquete, antes do pontapé inicial, e em todos os intervalos, que são vários, tem alguma atividade para entreter o espectador. Num jogo disputado em 4 quartos de 15 minutos cada, neste dia foram 3 horas de jogo e de puro espetáculo. O jogo? Ah o jogo foi sensacional, e deu a lógica, os Rams venceram por 37 a 7.
Aproveitei como nunca cada instante do jogo e no tempo que estive dentro do estádio, vibrei com o público como se fosse um legítimo torcedor americano. Assim como no jogo de basquete, vestido com a camisa da Seleção Brasileira de Futebol, pelo menos no meu setor fui o centro das atenções, interagi com vários torcedores, jogadores, policiais, “cameras men”. Cervejas eram ofertadas e jogadas para mim por torcedores privilegiados que estavam no andar de baixo, no gramado, em seus camarotes, e que me convidavam para ir até eles. Uma festa! Se eu já era apaixonado por este esporte, fiquei ainda mais, e ter vivido esta experiência única foi emocionantes, nunca mais vai sair da minha mente. E ainda fiquei com aquele gostinho de quero mais...
 
“UMA LINDA MULHER” - De volta ao hotel, ainda me restava o domingo à noite. Faltava conhecer Beverly Hills - ou seja, a Rodeo Drive e o icônico Hotel Beverly Wilshire, onde foram gravadas cenas do filme Uma Linda Mulher, estrelado por Julia Roberts e Richard Gere. A famosa rua, de apenas dois quarteirões, é onde se encontram as mais belas lojas de grifes de luxo do mundo. E claro, para meu alívio, estavam todas fechadas! Mas pelas vitrines deu para ver o luxo e o glamour, que definitivamente é para poucos.
Caminhar estes dois quarteirões, enfeitados para o Natal, não tem preço. Se as famosas e luxuosas lojas de grife estavam fechadas para mim, graças a Deus, o mesmo não aconteceu no famoso hotel. Filho de Lurdinha Camillo, está no meu sangue esta habilidade de se comunicar com as pessoas no exterior. Bastou algumas palavras e já estava íntimo do gentilíssimo e elegante porteiro do hotel. Entrei, filmei, fotografei, circulei, e por alguns minutos me senti um hóspede, uma celebridade, já que Hollywood é a terra do Faz de Conta!
 
De volta ao hotel, é chegada a hora de arrumar as malas, pois o voo de volta partiria na segunda, logo cedo, para o Brasil, e desta vez com conexão em Miami.
Cansado? Jamais. É pouco tempo? Não. Compensa? Óbvio que sim. Conheceu tudo? Praticamente sim. Com planejamento, boa vontade, disposição e esforço dá pra fazer muita coisa em Los Angeles em apenas 3 dias. Recomendo!

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