07/12/2021 às 16h12min - Atualizada em 07/12/2021 às 16h12min
Mykonos e Santorini: lugares para voltar
Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
FOTOS: Brand-News
Lurdinha na parte da ilha de Mykonos conhecida como Pequena Veneza ,
A bordo do grande e confortável Golden Stars, navio de passageiros que faz a rota das ilhas, o mar ora de um azul escuro, ora verde esmeralda, íamos navegando pelo Mar Egeu, deixando para trás ilhazinhas com suas minúsculas igrejinhas, símbolo de toda a Grécia.
Nosso destino: Mykonos, uma das mais charmosas ilhas, com suas casas imaculadamente brancas, portais e janelas azuis. Um lugar de contradições, com suas 365 igrejas e capelas, uma para cada dia do ano. Ponto de encontro do jet-set internacional, lojas sofisticadas e vida noturna incomparável. Tudo isso junto, contribui para sua fama.
Nosso táxi serpenteou entre a íngreme e movimentada subida e chegamos ao Hotel Alkyon, com simplicidade quase monástica, incrivelmente limpo e perfumado pelas árvores floridas que faziam o cenário. Tomamos café da manhã na varanda e a vista deslumbrante nos apressou. Descemos por uma passagem rústica, escadaria usada por pessoas do lugar, e com adrenalina a mil, chegamos ao centro de Mykonos.
Ver o quê primeiro? A melhor opção é sair pelas estreitíssimas ruelas, com seu calçamento em pedras irregulares - também não se sabe como, mas incrivelmente brancas. Aqui e ali pequeninas igrejas, sempre com a simbólica cruz, são o cenário para floridas primaveras vermelhas que se veem em toda a ilha. Nenhuma digital resiste a tanta beleza.
Nas vitrines, camisetas, estatuetas, chapéus, pratos decorados convivem com a elegância das grifes Giorgio Armani, Gucci, Prada, entre outras.
Bem, escolher um restaurante é uma dúvida cruel. Alguns têm salas reservadas, ambiente alinhado, decoração clássica; outros instalados junto à mureta do quebra-mar, são pura descontração ao ar livre - como a Taberna Nikos -, com suas toalhas coloridas e cardápios especializados em frutos do mar.
Mykonos também carrega a fama de ilha afrodisíaca. As luzes tomam conta da noite e o perfume dos jasmins pelas varandas invade os restaurantes banhados pelo luar. Pelas mesas, casais de namorados dão o clima romântico do lugar. As noites são embaladas pelo ritmo do jazz e blues.
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Bem, dia de embarcar rumo a Santorini, cinco horas no imenso navio lotado de turistas. À nossa frente o belíssimo rochedo vertical com 600 metros de altura, com seus matizes roxos, pretos e cinza. Desafiei meus medos e olhei abaixo do precipício a vista mais linda que já vi. A subida íngreme e cheia de curvas já me provocava calafrios ao pensar na volta. Mas pensei, “essas vans fazem o mesmo trajeto dezenas de vezes ao dia, não vai ser comigo que vai despencar”. E entreguei pra Deus! Chegamos enfim ao Hotel lrini’s Villa Resort, e juro que o paraíso era ali. Descemos 50 degraus, passando por chalés brancos entremeados de primaveras vermelhas e varandas particulares, voltadas para a baía, com todo o cenário de Santorini ali, à altura de nossos olhos.
Ir para o centro a pé e se extasiar com as cores azuis e brancas que são a beleza especial das casas, campanários e palacetes históricos.
Suspensa entre o mar e o céu, Santorini não é somente uma ilha conhecida em todo o mundo, disposta a receber os admiradores de sua selvagem beleza, a transparência de seu limpíssimo horizonte e usufruir os dias ensolarados. Se os dias são de uma calmaria no vaivém da extensão da ilha, as noites têm o agito das ruelas apinhadas de lojas, restaurantes e bares, com suas varandas à beira do precipício. Bazares se misturam a lojas de grifes e as joias faíscam na feérica iluminação.
Restaurantes com cardápios típicos pedem uma tentação a mais, os famosos doces gregos, que não resistimos - e confesso, cometi o pecado da gula.
Bem, dia de fazer as malas e subir os 50 degraus. Na bagagem, as imagens de Santorini. Lugar para voltar. Lugar para morar.