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09/09/2021 às 15h50min - Atualizada em 09/09/2021 às 15h50min

Cuba. Na memória, o cheiro forte de charuto

Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
FOTOS: Brand-News

  Hora do embarcar para Cuba. Sabe esses grupos de observadores de aves? Gente que atravessa oceanos para ver um pica-pau diferente? Muita gente que ama viajar se torna, às vezes, observador de gente. Em Havana, isto é obrigatório. Povo sofrido com as duras imposições de um ditador fora da realidade, mas também um povo falante, gentil, aten­cioso. A salsa e o merengue invadem bares e espalham pelas ruas o caliente som cubano. Turistas do mundo inteiro procuram uma sombra pelos bares e tomam mojito para espantar o calor.
  Estivemos em Havana para participar da FitCuba-2008, ao lado de jornalistas de 47 países e somente cinco brasileiros. Digo, jornalistas de muitas partes do mundo, menos os americanos, porque Fidel os odeia.
 
  Mas vamos contar um pouquinho de lá. Cuba não é mais de Fidel. É, pero no mucho! Seu irmão, Raúl Castro, vem permitindo uma nova cuItura, onde escultores, artistas ­plásticos, designers de moda vão tomando conta de Havana. E a arte inunda as ruas e museus.
  No centro, os Cadilacs rabo de peixe circulam ainda, são verdadeiros museus ambulan­tes.   Excelência americana, conservada pela criatividade de mecânicos cubanos.
 
  Onde ir? Havana tem mil endereços obrigatórios para conhecer. Museus, fortalezas medievais, com pontes elevadiças, galerias de arte, hotéis de fama internacional que valem uma visita, como o Nacional, onde Ava Gardner e Frank Sinatra se sentiam em casa; Hotel Otros Mun­dos, onde morou Ernest Hemingway; mais a famosa La Bodeguita Del Medio e a Floridita; bar Art déco onde foi criado o daiquiri.
  Dia de flanar pelas ruas. Na memória, o cheiro forte de charuto, do rum e perfume das mulheres cheias de atitude e flores nos cabe­los. Falei em rum? Falei! Gente, o Ernest Hemingway devia tomar todas! O mojito e o daiquiri parece que eram toma­dos aos barris pelo escritor, famoso pelos seus best­-sellers e, provavelmente, seus porres. E fala sério, os tais drinques são deliciosos!
 
  Bem, mas nunca pretendi ser turista, mas sim viajante. Uma viajante observadora de lugares e pessoas. E tudo me encanta!
  Com um traçado quase per­feito, as ruas lembram labirin­tos, com balcões e pátios aconchegantes. Os restau­rantes exibem cardápios da deliciosa comida creola e o som da salsa e da rumba convida a entrar.
  Pelas ruas, ora abandona­das, ora restauradas, palace­tes em estilos pré-barroco, neogótico, Art nouveau, Art déco e franceses mostram o gosto eclético dos cubanos de outras épocas. Gente agradável, que gosta de receber bem quem os visita.
 
   Mas, ai, ai, ai. E a vontade de tomar um sorvete cami­nhando pelo Malecón? Nem pensar. Nem sorveteiro, nem vendedor de cachorro-quente, nem vendedor de bugigan­gas. Para vender, tem que comprar. E aí entra a história do Fidel...

 
Maio 2008


 
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