02/09/2021 às 14h20min - Atualizada em 02/09/2021 às 14h20min
Berlim. Muito histórica. Muito chic. Muito linda.
Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
FOTOS: Brand-News
Cidade que divide palacetes com modernos arranha-céus espelhados, assinados pelos mais famosos arquitetos do mundo, cidade também das óperas, dos museus, dos chocolates, da Galeries Lafayette, do Muro que o mundo não esquece, do chopp um pouco amargo, mas companhia ideal para as salsichas brancas, tostadas e regadas com mostarda Dijon.
Berlim, para onde embarcamos na Estação de Varsóvia, no moderno e rápido Rail Europe, cujo bilhete dá direito a viajar por vários países e cabine reservada antecipadamente - item de nossas viagens que o Odair nunca deixa para depois. Cinco horas e exatos trinta minutos de belas paisagens pela grande janela do trem.
Da estação, o táxi nos deixou na porta do Hotel Gendarme Noveau Berlin. Com categoria hotel-boutique, elegante, perfeito. No quarto, frutas, chocolates, vinho e um delicado cartão de boas-vindas assinado por Maria Niemann, do Visit Berlim, para que tivéssemos uma feliz estada.
Localizado na Av. Charlottenburg, de frente ao aristocrático Hilton e vizinhos da famosa Fassbender & Rausch. O mundo do chocolate é ali. Endereço vip desde 1748, uma atração turística.
Vizinha que também tenho que considerar: a Universidade Humboldt. Construída entre 1748 e 1766, foi inicialmente residência do Príncipe Heinrich. Após sua morte, foi doada à Universidade de Berlim. Subimos pelos corredores por onde também subiram em suas épocas, Karl Marx e Albert Einstein, entre outros notáveis.
A Bebel Plats sempre reservava uma surpresa a cada esquina. A pomposa Biblioteca Real e ali, quase em frente, a Catedral de Santa Hedviges. Inspirada no Panteão de Roma, tem o interior austero. Santa Hedviges não faz parte do meu grupo de Santos protetores e confidentes. Mas entrei e rezei. Quem sabe Santa Hedviges não passa para a minha turma?
O Museu da História Alemã, em seu tom de rosa, chama atenção pelo estilo clássico. No grande pátio interno, uma exposição da artilharia do Exército de Bonaparte. Bem, a figurinha de Napoleão sempre foi muito questionada por mim. O que faltava em tamanho, sobrava em coragem e atitude. E arrogância, vamos combinar.
Nas salas deste Museu, ocorreu uma tentativa frustrada de assassinar Hitler, em 1943. Frustrada e frustrante para a paz mundial. A imensa estátua de Stalin domina a entrada. Postei-me à frente e o Odair clicou. Sorry! Coisa de turista...
Em minha bolsa, uma lista de produtos Nivea, originais da Alemanha, of course. Imagine! Não ia comprar uns creminhos? Comprei uns tantos para horror dos meus dermatologistas preferidos, com a esperança que minhas tão precoces rugas faciais sumissem antes do meu retorno triunfal ao Brasil. Tipo de compra duvidosa. A bula dos tais creminhos eram todas para resultados anti, e não pós. Enfim, antes com elas e viva do que... Ah, deixa pra lá.
O Pátio do Hackeschen Höff tinha chopp, cafés, butiques, tudo dentro de um espaço onde pedaços da história se encontram com o mundo moderno, peculiar, reconhecidos por toda a Europa como um dos mais importantes no estilo Art noveau.
Inicialmente era conhecido como Bairro Judeu. A deportação e o abandono deixaram a área em situação desastrosa. A partir de 1990, foi inteiramente restaurado. Ao lado, um discreto portão leva ao Pátio onde apartamentos eram ocupados pelos judeus durante a última guerra.
No quarto andar, o Museu Anne Frank conta sua história. Artistas plásticos deixaram nas paredes do Pátio, em tintas e cores, a revolta pela violência da guerra.
Céu azul, friozinho ameno. Caminhamos uns bons quarteirões até o charmoso Bairro de São Nicolau. Atração maior, o belo prédio da Prefeitura em tijolos vermelhos domina o bairro. Almoçamos em sua cantina, no subsolo. Ampla, bem iluminada, com arcos dando ao local um ambiente totalmente aconchegante. Mesas ocupadas por funcionários e turistas.
A Mansão Ephraim, em estilo rococó do século 18, é sem dúvida a esquina mais bonita em Berlim. Palavra de berlinenses.
Bem, enquanto podemos sair, adoramos entrar em museus. E em Berlim a Ilha dos Museus é Completa. Um santuário das artes. O conjunto requer umas boas horas por corredores, escadarias e grandes salões.
Fiquei eufórica para chegar ao magnífico salão onde, em uma redoma de vidro fica o símbolo de beleza mundial, o famoso busto da rainha egípcia Nefertit. Sabia que um dia eu veria essa maravilha. Era só esperar.
Reservamos um tempo para a Catedral de Berlim. Máxima em beleza e grandiosidade, menina dos olhos de toda Berlim, cidade que passa atualmente por uma série de mudanças em sua infraestrutura. Novas redes de telecomunicações, novas estações férreas, restaurações.
A cidade, como se vê por toda a parte, não está completa. Afinal, só tem 800 anos! Mas é linda. E um dia eu volto!
Agradeço ao amigo Ralf Matavelli, arquiteto, que enviou dicas dos mais belos cenários de Berlim para a colunista. Sei que Ralf, atualíssimo em seus projetos de vanguarda, ama Berlim. Obrigada, darling.