31/08/2021 às 14h13min - Atualizada em 31/08/2021 às 14h13min
Maceió é tudo de bom!
Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
FOTOS: Brand-News
A viagem não poderia ter começado melhor. Na hora marcada, nosso motorista Divino chegou - não, não estou me referindo a um belo exemplar de um Deus grego. O nosso Divino é parcialmente careca, com uns quilinhos a mais, mas pilota um carro como eu gosto: atento à estrada e comedido na velocidade.
Um ótimo tempo até o aeroporto de Viracopos, em Campinas, um cafezinho, a escolha de algumas revistas para ler a bordo, e já embarcávamos no lotado voo da TAM. Nossos assentos reuniram eu e minhas filhas Kátia e Cláudia Camillo, para uma prosa que durou o curto trajeto até a capital alagoana. Estávamos eufóricas com a semana de dolce far niente pela frente. E é ótimo viajar com filhas. Tudo flui maravilhosamente.
Nosso hotel, San Marino, confortável, moderno, localizado a uma quadra da movimentada orla de Ponta Verde, com seus elegantes prédios, todos com no máximo oito andares permitidos por lei. O café da manhã, farto, proporcionava também o assunto do dia: aonde ir? Agenda? Nem pensar! Íamos ao sabor do vento.
Toda a orla de Maceió oferece praias limpíssimas e com boa estrutura de barzinhos e restaurantes. Palmeiras e coqueiros enfeitam o cenário, que misturado ao azul do céu e o verde do mar, é inesquecível. Nossa, hoje estou mais para poeta do que cronista de viagem, não?
A Praia do Francês, 20 quilômetros ao sul, é uma das mais frequentadas. Além das águas claras e transparentes, restaurantes e lojas de artesanato movimentam o dia dos turistas. O único porém: ambulantes às pencas.
Mas, exclusivistas, minhas filhas queriam praias com muito sossego, pouca onda e muita beleza. E a famosa Praia do Gunga, eleita uma das 10 mais bonitas do país, era tudo isso. Poucos quilômetros da capital e chega-se ao paraíso. A água ora verde, ora azul, convida para um refresco. O calor de pouco mais de 30 graus deve ser combatido com a geladíssima Skol. Porções generosas de camarão, peixe frito... Precisa mais?
Hora de voltar, um ligeiro relax e estávamos prontas para um fim de tarde pela orla. Um chopp à tardinha no descontraído Bar Lopana. Da mesa à beira da calçada, o vaivém anunciado convida a esticar a noite. A escolha de um bom restaurante recai sobre o alinhado Takê, uma fusão do oriental com o ocidental num mundo de sabores. Eleito o melhor restaurante oriental de lá pela Veja, ficamos horas nos deliciando com a exótica culinária. Vale a dica.
Com arquitetura medieval, a casa de shows e restaurante Famiglia Giullano, em esquina privilegiada da Ponta Verde, tem que entrar na agenda. Suas massas deixam qualquer italiano com saudades da mamma.
Para o jantar com direito ao delicioso caldo de sururú, e ainda, o Festival do Camarão, escolhemos o Carlito. Aconchegante, é tudo de bom. Inclusive os preços.
O grande Pavilhão do Artesanato, um dos bons endereços de lá, faz a diferença na variedade em toalhas bordadas em richelieu, filé, cerâmicas, jogos americanos, palha e mil coisas. Sair de lá com várias sacolas não é difícil. Outra dica: o Pontal da Barra, com seu ar bucólico e artesanato diversificado.
Ah, não dá para não falar do melhor programa de Maceió, as piscinas naturais de Pajuçara. O jangadeiro garantiu nossa travessia de apenas dois quilômetros mar adentro, e o paraíso era ali. Céu azul, água pelos joelhos e ficar horas sentado entre o balé de peixinhos dourados. O rústico serviço de bar funciona na base do “sem pressa”. Folhas de isopor se transformam em aparadores para as travessas de lagostins e pescados, tudo preparado em algumas poucas rústicas jangadas. As cervejas nas latinhas geladas são servidas mais rapidamente. Mas vale experimentar a batida de abacaxi, na fruta.
E tem coisa melhor que viajar com as filhas? Tem não!
E como diz o pessoal de lá, não se “avexe”... corra para Maceió!