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03/08/2021 às 14h12min - Atualizada em 03/08/2021 às 14h12min

Canadá: Vive la différence!

Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"

  “Vive Ia différence”, ou “Let’s celebrate the difference”. No Canadá, tanto faz. Fique com os dois e curta ao mesmo tempo o chique e o charme da velha e aris­tocrática Europa e o arro­jado e moderno da América do (quase) Polo Norte.
  Impossível passar por Toronto sem notar os 553 metros da CN Tower, torre autossustentável (a maior do mundo) que abriga, além de transmissores de rádio e TV, um mirante e um restaurante giratório.
  Fomos às Cataratas. Espetáculo de beleza. Uma lição de como poderíamos aproveitar melhor a nossa, em Foz do lguaçu, que ganha em volume de água, beleza e extensão, mas perde em atrações. Em Niagara, a área é inteiramente aproveitável, com shoppings, restaurantes, parques, teleféricos e jardins.
  O circuito cultural de Toronto apresenta óperas, filmes e atrações simultâneas a Nova York. O gastronômico mata todos os desejos. Uma noite jantamos no Dang de Lion, restaurante vietnamita. Os proprietários Quim e Henry servem pessoalmente as mesas. Um luxo.
  Trânsito organizadíssimo. O limite de velocidade é respeitado. Buzina não se ouve. E a gentileza dos motoristas, que param, educadamente, aguardando a passagem dos pedestres, é impressionante.
 
  De Toronto a Montreal fomos de trem. Mineiro adora um trem. A famosa Catedral de Notre Dame, com o teto azul e dourado, é uma das mais lindas que conheço. Maravilha dos homens em louvor a Deus.
  Edifícios altíssimos, envidraçados, conferem à cidade um ar clean. Na praça Felipe, bem no centro, escolhemos um encantador terraço, vero italiano: II Focolaio. A deliciosa salada Italienne e a pizza Kalena foram saboreadas com um Vin Rouge Valpolicella Ealonari. Manjar dos deuses.
  Mas não ficamos só comendo. Um tour no confortável bondinho com guia especializado nos levou a conhecer as belezas de Montreal. O Oratório de São José, padroeiro da cidade; Estádio Olímpico, exemplo de modernidade, que sediou as Olimpíadas de Montreal; e os jardins bem cuidados que enfeitam a cidade.
 
  Agora vou confessar: me apaixonei por Québec. O passado da cidade, ainda presente nas ruelas estrei­tas e sinuosas, nas casas dos séculos XVII e XVIII, e o belo Rio São Lourenço. No alto dos famosos penhascos, cercada por muralhas que se estendem por uns cinco quilômetros, a cidade pode ser perfeitamente percor­rida a pé. E deve.
  Não precisamos nos afastar do L’HôteI du Vieux Québec para comer. Quase ao lado, o restaurante Portofino, pequeno, charmoso. Os proprietários, gentilíssimos, falam fluentemente três línguas. Jantamos também no Les Fréres de La Côte, cuja especialidade são as ostras. O casal Jean Dehaye e Fhilippe Dehaye recebem com categoria e charme.
  Majestoso, dominando a cidade, de qualquer ponto vê-se o Château Frontenac, erguido no século XIX para sediar o governo de Québec, hoje transformado num hotel que recebe hóspedes famosos do mundo inteiro.
 
  Ah! Ia me esquecendo de contar que passamos dois dias em Nova York, prá lá e prá cá na movimen­tada Broadway. Comer um cachorro quente na 5ª Avenida, passear de mãos dadas com Odair no Central Park na ensolarada tarde de domingo. Precisa mais?
  Ainda em clima canadense, thank you, Peter. Merci, Pierre. Valeu, Pedrão!
Março 2005

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