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22/07/2021 às 16h13min - Atualizada em 22/07/2021 às 16h13min

A melhor viagem deve ser sempre... a próxima!

Crônicas de viagem do livro "Lurdinha Camillo - Pelo Mundo"
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  Confesso que já perdi a conta de quantas vezes ouvi: - “E agora, para onde o casal vai viajar?”. Acho interessan­te esta ideia de que frequen­temente estamos indo ou vin­do de algum lugar. E a impres­são que tenho é de que nos­sos amigos estão ficando cada vez mais exigentes. Buenos Aires, Nova York, Londres, Madri, Las Vegas? Que nada! Querem nos ver chegando de Moscou, Nova Zelândia, Mont Blanc ou lrã. Ultimamente perguntam até se já fomos ao Cazaquistão, Coréia do Norte, Vietnan. - “E voltaram? Escaparam dos solos minados?”. O arzinho safado está ali, como quem não quer nada.
  E não é que essa respon­sabilidade de ampliar novos e longínquos horizontes “pega”? Claro, existem as intempéries: as intermináveis horas entre o check-in e o embarque, aquele passageiro da poltrona ao lado roncando em seu pescoço, um sapato ardido sob a poltrona, a sem­pre insossa comida do avião, o desconforto de ouvir, agora eletronicamente, os avisos aterrorizantes de segurança. E a despressurização do nosso estômago, que sobe e desce nessa hora? Como é que fica? Ah, isto ninguém pergunta.
  Mas, estou reclamando? Claro que não! Pois tudo que escrevi aqui, tiro de letra. Se tem chateações? Tem, claro. Mas uma pessoa que gosta de viajar não desiste só por­que a última experiência não foi das melhores. Ela viaja, de um modo ou de outro, porque aprende com os erros, supera seus limites, se aperfeiçoa. Uma viagem nunca deve ser a mais sensacional de todas. A mais sensacional deve ser a próxima.
  Desconhecer o roteiro, ignorar as condições climáti­cas, os costumes do lugar, essas sim são a senha para “nem tudo sair como previsto”. E a partir daí, o viajante vai sempre achar a poltrona do avião desconfortável, a co­mida ruim, o hotel de quinta e os nativos uns chatos. E sempre encontrará motivos para lamentar-se, dizer que está com saudades da casa, da sua cama, de seu chuveiro.
  Mas, viajar é se deparar com um pôr do sol inesquecí­vel, um rosto risonho de um desconhecido, um tempero indescritível. E assim como as relações, sempre traba­lhosas, as viagens trazem prazer, descobrimentos. Ca­pacitam-nos a enfrentar difi­culdades, desafios, distânci­as, saudades. Nos ensinam a ser mais pacientes, bem-humorados, evoluir cultural­mente.
  É claro que muita gente acha que já sabe tudo isto. Então, o melhor é ficar em casa, evitando riscos e cha­teações. Mas, vou avisar: o mundo é lindo e a vida é uma só!
 
 
 
 






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“Às vezes penso se sou uma anarquista.
Adoro uma mentirinha, um exagerozinho, me intrometer em causos que não me dizem respeito, e uma tirada hilária para me entreter comigo mesma.
Os amigos me perguntam por que só agora, aos 76 anos, resolvi publicar um livro.
Tenho amigos bons e divertidos. Por isso, custei para levá-los a sério.
Mas esta incursão ao mundo literário, tanto pode ser a primeira como a última.
De repente, gosto e procuro outros escritos que tenho guardado, em alguma gaveta da minha vida...
Talvez eu seja mesmo uma senhora anarquista.”  -  Outubro 2018


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