c Em tempos de mudanças insanas, intensas e velozes, muitas vezes me pego à mercê daquilo que me falam que é interessante ser feito na vida pessoal e profissional, sem necessariamente criar espaços de reflexões genuínas e alinhadas com o quê faz sentido para minha própria jornada.
Ao acabar de implementar uma nova ferramenta ou adquirir um novo equipamento para minhas atividades, em pouco tempo tudo passa a ficar obsoleto, ultrapassado. Algo novo já surgiu, com promessas de resultados maiores. Ao começar a ler um livro com uma teoria disruptiva para inovar no trabalho, crio esperança e ânimo para colocar em prática o que aprendi. Quando termino a leitura, parece que já existe algo mais inovador, diferente e transformador à disposição. Este ciclo de mudanças ininterruptas não tem fim e está cada vez mais forte. Como lidar com isso?
Um caminho possível é: aprender a identificar e ler arquétipos dentro da perspectiva do desenvolvimento humano e organizacional. Pois, independentemente das mudanças que estão sendo provocadas por forças externas (ou até internas), é possível se preparar para lidar com elas de uma maneira mais inteligente e assertiva. Ou seja, ao conseguir identificar como um fluxo/ciclo de desenvolvimento ocorre, passo a ampliar os resultados positivos das respostas que darei e diminuir os potenciais impactos negativos.
Portanto, é chegado o momento de avançarmos rumo a novas perspectivas na prática da gestão. Observe a seguir o arquétipo da Organização Viva à luz da natureza e do ser humano.
Na representação acima podemos observar o ser humano como espelho da natureza e as organizações como espelho do ser humano. A criação inspira a pessoa física que inspira a pessoa jurídica. Essa imagem e semelhança entre criadores e criação pode ser encontrada em outros exemplos à nossa volta, assim como é nítida a coexistência daquilo que é passível de ser mensurado e daquilo que é subjetivo e sutil. Visível e invisível, ciência e arte são energias fundamentais para qualquer organismo vivo; conectar-se a essas dualidades é imprescindível para gerar equilíbrio e crescimento. Observar a saúde de cada um destes níveis em si ou na organização, também.
Evoluindo nesta visão, é importante compartilhar que cada nível de um organismo se conecta a outro, criando pontes que fortalecem uma relação. Por exemplo, quando olhamos para o ser humano e a organização, temos:
A ponte da identificação ocorre quando a essência do indivíduo encontra fortes semelhanças com a essência organizacional. Por meio dos valores, cultura e missão, sinergias fundamentais são identificadas. A ponte da integração vem do sentimento de acolhimento, de conexão genuína com outras pessoas no ambiente de trabalho e a sensação de bem-estar. A ponte da dedicação surge da oportunidade de colocar em prática habilidades e potencial de maneira competente, alinhado ao que se espera fazer. Por fim, a ponte da segurança é estabelecida quando são ofertadas as condições básicas e adequadas para a realização de um trabalho.
Analisando somente estas informações preliminares da Quadrimembração (Arquétipo dos 4 Níveis) e as Pontes entre o Ser Humano e a Organização, abre-se um amplo campo de reflexões.
Olhando para mim, como está a saúde de cada um dos níveis? De cada uma das pontes? Olhando para a organização em que atuo, como está a saúde dos recursos, processos, relações e identidade? Como são construídas as pontes com as pessoas?
A partir destas perguntas e suas respectivas respostas, tenho a certeza que caminhos de evolução irão surgir para seu contexto de vida e carreira. Olhar para os arquétipos apresentados acima é uma oportunidade única de vislumbrar aspectos organizacionais e humanos não percebidos até então.
Até a próxima.
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