Como o ser humano aprende? Sendo mais direto, como você aprende? Com certeza, se compartilhar sua resposta com outras pessoas perceberá diferentes maneiras de cuidar do aprendizado - um aspecto vital em nossa jornada de desenvolvimento individual e coletiva.
O que te motiva a aprender? Quais foram suas grandes referências em prol do aprendizado? Quais foram os momentos em que você contribuiu claramente com a evolução de outrem? Qual foi a última vez que você aprendeu algo pela primeira vez? Essas são algumas outras provocações que podem aquecer nossa abordagem sobre o tema.
A liderança ou qualquer profissional não deve só buscar o conhecimento, como está sempre criando oportunidades para que o grupo ao seu redor também possa crescer nesse sentido. Esta responsabilidade, está muito mais ligada a uma parceria genuína de jornada do que alguém superior em cima de um palco lançando o que sabe. Tal postura abre campo fértil para que diversos estímulos sejam criados para potencializar o processo de indivíduos e grupos.
Fica evidente, então, que processos de aprendizado podem (e devem) ir muito além de uma relação unilateral, quando um fala e os outros escutam. Trabalhar em equipe, usar perguntas mais do que afirmações, permitir o “mão na massa”, conectar conteúdo à realidade do grupo, promover atividades dinâmicas e lúdicas e propor desafios autênticos são apenas algumas das abordagens que enriquecem este movimento.
É assim que a força da Pedagogia - ensino para crianças que estão em processo intenso de obtenção de conhecimento e desenvolvimento de habilidades, demandando a contribuição de pessoas que já possuem determinada experiência - se une à força da Andragogia - ensino para adultos, uma fase em que já temos um repertório maior e podemos explorar caminhos antes de maior complexidade. Ambas abordagens são fundamentais ao longo de toda vida e dão o tom para dois métodos, dois caminhos de aprendizado:
1. CAMINHO DA INSTRUÇÃO: quando alguém detém o conhecimento e transmite a quem não tem. A imagem típica deste caminho é a sala de aula, onde o objetivo é determinado pelo(a) professor(a), numa clara relação hierárquica, onde o processo tende a ser mais fechado (o final é conhecido) e o aluno é conduzido. O aprendizado é individual e a metáfora que podemos utilizar é a do quebra-cabeça (onde partes diferentes vão tentando montar uma imagem maior).
2. CAMINHO DA DESCOBERTA: quando o conhecimento é obtido a partir da prática, da tentativa e erro, da troca intensa com o outro. A própria vida simboliza tal caminho, onde o objetivo é determinado por todos envolvidos, numa relação igualitária. O processo é mais aberto e muita coisa pode acontecer ao longo dele. A atitude dos participantes é mais ativa, o aprendizado é coletivo e a metáfora nos apresenta um mosaico (onde a diversidade se mistura com o que é sistêmico, com conexão mais forte).
A partir disso, surgem novos questionamentos para apoiar sua atuação organizacional: - Quais os principais desafios que nossa equipe tem atualmente? O que um processo de aprendizado pode fazer por isso? - Como minha equipe aprende? Olhando para o todo e para cada pessoa. - Quais conceitos precisam ser apresentados e o caminho da instrução pode ajudar? - Quais conceitos precisam ser extraídos e o caminho da descoberta pode potencializar? - Como posso elaborar experiências que explorem ambos os caminhos? - Em cada interação, como vou cuidar da qualidade do conteúdo, da interação e qual será o procedimento utilizado? - Como garantir uma boa avaliação destes momentos? - Quais os ritmos de aprendizado temos fomentado na organização? O que pode ser criado?
Perceba, não há caminho melhor ou pior, há repertório. Você deve ser capaz de perceber o grupo no antes, durante e depois das interações. Assim, com o passar do tempo, terá cada vez mais assertividade em suas decisões e ações ao cuidar de um processo de desenvolvimento.
Agora, é hora de fortalecer seu aprendizado e de sua equipe. Até a próxima!
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