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09/07/2024 às 15h58min - Atualizada em 09/07/2024 às 15h58min

Respostas onde não procuramos

Por Gustavo Bonafé
Whats: (35) 9 9207-7502 / E-mail: [email protected]

 
No nosso encontro de hoje, deixo uma provocação: o quanto você está atento aos momentos sutis à sua volta? O quanto tem prestado atenção sobre os pequenos e inspiradores atos que estão por perto?
Compartilho uma vivência que me marcou e simbolizam bem estas questões acima.
 
Gabriel acabara de completar dois anos de idade quando ganhou de seus primos um presente diferente.
 
O tal, tinha base de madeira e, encaixados nesta, arcos de ferro com diferentes tamanhos e formas, revestidos por borracha. Também, bolinhas coloridas feitas de plástico, que se moviam entre os arcos. Segundo o próprio garotinho, uma “montanha russa esquisita”.
 
Não havia começo, nem fim. O brincar era puro. Não existiam metas.
 
Compenetrado em sua tarefa, cujos detalhes só ele sabia, Gabriel movimentava cores para lá, cores para cá. Alegre na maior parte do tempo, não deixou de enfrentar pequenas dores, pois pelas curvas dos arcos nem sempre as bolinhas passavam com fluidez.
 
Gabriel estava em Kairós - o tempo de Deus, da natureza, não mensurável. Cronos - o tempo do homem, perceptível no relógio - não o pressionava. Afinal, o que importava naquele momento era a jornada, não o destino.
 
De repente, palmas! Muitas palmas! Para ele mesmo!
Uma autocelebração que contagiou todo o ambiente, atingindo até os observadores que, de fato, nem observavam tanto assim.
 
Risos. Sorrisos. Mais risos. Só risos.
 
A brincadeira chegou ao fim?
Não. Compenetrado em sua nova tarefa, cujos detalhes só ele sabia, Gabriel partiu para uma outra jornada.
 
Com o pequeno, aprendi que o presente deve ser aproveitado minuciosamente - nas cores e nas dores; que o tempo que realmente importa é o tempo que nos damos, não o que marcamos. Um tempo que respeite ritmos, vontades e necessidades. Aprendi que a celebração, mesmo “auto”, deve ser constante e contagiante. Não deixe de aproveitar chances de admirar a evolução de crianças. Tive grandes mestres ao longo do tempo, além do Gabriel, Gigio, Pietro, Grazi.
Até a próxima!





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