08/06/2022 às 16h45min - Atualizada em 08/06/2022 às 16h45min
Música para nossos ouvidos
Adriano Mussolin – Jornalista
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Foto: Arquivo/Divulgação ,
O cenário artístico de Poços é muito forte e faz tempo. Temos destaques em diversas áreas, o que nos ajuda a ser uma das mais agradáveis cidades do país para se viver e também para as pessoas que vêm nos visitar, regular ou esporadicamente. Provavelmente, essa força seja uma herança dos tempos dos cassinos, quando Poços recebia constantemente inúmeros grandes artistas e orquestras famosas.
Um dos setores artísticos que mais cresceu nos últimos anos por aqui é o musical. São tantos artistas bons nos mais variados estilos que a gente até não percebe o imenso valor que isso nos traz. Sem citar nomes, temos músicos do mais alto gabarito se apresentando aqui regularmente e também por todo o Brasil. Instrumentistas que acompanham grandes artistas em turnês e que fazem apresentações em teatros e palcos mundo afora.
Coloquemos um olhar mais atento neles, estão no jazz, chorinho, blues, rock, samba, sertanejo, eletrônico. Talentos em vários instrumentos clássicos, viola, guitarra, piano, bateria. Quem não se emociona com aquele senhor tocando seu sax nas praças em troca de alguma moeda? E quando se juntam em orquestra? A Sinfonia das Águas era algo grandioso, pena que não existe mais.
Temos aqui várias bandas, de classic rock, samba, pop, pagode, heavy metal, forró, gospel e até rockabilly. Algumas formadas apenas por meninas. Mulheres também vem agitando cada vez mais o cenário musical da cidade. E muitos desses músicos flutuam por mais de um estilo com uma desenvoltura incrível. Não é incomum ver um rapaz tocando cavaquinho numa tarde na Praça dos Macacos e à noite, encontrar com ele num bar esmerilhando na guitarra. É impressionante.
Em conversa com alguns dos baluartes de nossa música, a gente vê a importância da formação musical de nossas crianças. O trabalho do nosso Conservatório é sempre exaltado, justificando as imensas filas para se conseguir uma aula. Sempre destacam os excelentes professores, principalmente de violão e teclados que temos por aqui. Muito talento e dedicação à essa tão nobre arte.
O Festival Música nas Montanhas também ajudou a consolidar a música erudita e instrumental em nossa população. Além de atrair um seleto rol de músicos e regentes para cá, oferece apresentações gratuitas em asilos, igrejas, hospitais etc. Temos diversos vocalistas e intérpretes de primeira. E a beleza dos corais que topamos, frequentemente, em alguma escadaria da cidade ou nas igrejas? Encanta!
O coreto da praça Pedro Sanches que recebia orquestra de violeiros, bandas de músicas tradicionais, entre outros, também ajudava a compor esse cenário artístico. Hoje, a programação não anda tão boa. Parece que estão melhorando. Nossas igrejas evangélicas e católicas, sempre formando e mostrando músicos e cantores de alto gabarito. Artistas solo, compositores e instrumentistas lutadores e dedicados.
A pandemia trouxe muitos problemas para quem vive apenas da música e da produção cultural. O fechamento de bares e restaurantes, proibição de eventos e outras medidas fizeram com que as dificuldades financeiras levassem a grande maioria desses músicos a procurar outras atividades para sobreviver. Os parcos incentivos do poder público não foram suficientes para muitos.
O cenário está começando a se agitar novamente. Eventos estão voltando, shows já sendo marcados com mais frequência e as apresentações em botecos, bares e restaurantes sendo retomadas aos poucos. Os cachês ainda não chegaram aos patamares de antes, mas estão melhorando. Certamente, em breve, Poços voltará a ter toda aquela efervescência que conhecemos.