Reflexões sobre eleições

Adriano Mussolin - Jornalista
23/01/2025 13h39 - Atualizado há 6 dias
Reflexões sobre eleições
FOTO: Reprodução site Senado

 
Passada a agitação das eleições municipais, com os ânimos mais arrefecidos, seria interessante se nossos mandatários refletissem um pouco sobre alguns dos dispositivos legais usados nesse sempre conturbado período. Não apenas em Poços, em todo território nacional. Comparado a outros países, parece que o Brasil é muito avançado em alguns aspectos e atrasado em outros.
 
Penso ser essencial que se criem regras mais rígidas para a divulgação de pesquisas de intenção de voto. Tomando como exemplo nossa cidade, nenhuma das dezenas de pesquisas divulgadas sequer aproximou-se do resultado final. Chegamos ao ponto de ter, uma semana antes da votação, quatro pesquisas apontando quatro diferentes candidatos na liderança. Comenta-se que alguns desses levantamentos de intenção de voto nem chegaram a ser feitos. Certamente, a publicação dessas pesquisas acaba por influenciar o pensamento do eleitor indeciso e, por consequência, o resultado da própria votação. Existe uma legislação federal que rege essa questão, mas não abrange o resultado. Apenas exige que as empresas que aplicam as perguntas e todos os detalhes da pesquisa (metodologia, margem de erro, sejam registradas no TSE).
 
Outra medida que deveria ser tomada é a adoção de uma espécie de avaliação dos candidatos a vereador. Deveriam poder concorrer, apenas pessoas que soubessem escrever, interpretar textos simples e que tivessem equilíbrio psicológico. Nada que exclua os menos favorecidos ou abastados financeiramente, apenas seria uma forma de fazermos uma composição de representantes com um pouco mais de estrutura cultural e psicológica para ocupar um cargo de tamanha relevância.
 
São medidas polêmicas. E tem mais uma: a adoção do voto impresso. Apenas o Brasil e mais dois pequenos países asiáticos não imprimem um comprovante do voto, segundo uma matéria do UOL. Nada contra as urnas eletrônicas, que facilitam enormemente a contagem dos votos. Em praticamente todo o mundo, ou ainda usam votos em papel, que devem ser inseridos manualmente numa urna comum, ou urnas eletrônicas que geram um comprovante do voto para o eleitor. Caso haja alguma suspeita, os votos podem ser conferidos com facilidade. Por que o Brasil não adota esse sistema? Somos tão mais avançados tecnologicamente que Alemanha, Japão, Estados Unidos e outros? Me parece que essa questão está sendo debatida no Congresso e já nas próximas eleições algumas cidades adotarão esse sistema, em caráter experimental.
Menos mal...




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