Arruma de cá, desarruma de lá
Adriano Mussolin - Jornalista
21/01/2025 16h24 - Atualizado há 1 semana
Cruzamento da avenida Francisco Salles com rua Corrêa Neto - Foto: Luciano C. Ramos
O debate a respeito do transporte coletivo em Poços está quente. De um lado, a empresa concessionária alega aumento de custos e quer majoração no valor das tarifas. De outro, políticos e uma boa parcela da população querem valores menores e gratuidade para alguns grupos ou em dias pré-determinados. Ambos têm seus argumentos e o bom senso há de prevalecer. A empresa existe para ter lucro e o passageiro quer pagar um valor mais baixo.
Um fator de peso passou a frequentar essas discussões nos últimos anos e vem crescendo a cada dia que passa. Trata-se da concorrência do transporte por aplicativos e o serviço de mototáxi. Basta uma saída pelas ruas centrais e principais vias da cidade para reparar no crescente número de motos, em sua maioria fazendo entregas de mercadorias ou alimentos. Além, claro, dos usuários que preferem se deslocar com suas próprias motocicletas para ir ao trabalho ou fazer algum serviço.
É difícil para a concessionária de transporte coletivo concorrer com uma moto que pega um passageiro no centro, no lugar que ele escolher, e leva até um bairro, parando em frente à casa dele, pelo mesmo valor ou pouquinho mais do que a tarifa do ônibus. Sendo que, nesse caso, o passageiro tem que se deslocar até um ponto, percorrer o trajeto pré-estabelecido pela linha e saltar alguns quarteirões longe de sua residência. Muita gente tem optado pelas motos pela celeridade e praticidade, mesmo que tenha que se molhar um pouco no caso de pegar uma chuva.
Os serviços de transporte por aplicativos ajudam a evitar que um trabalhador tenha que sair de casa com seu carro e ter que procurar vaga, muitas vezes paga, para deixar o veículo durante o período de serviço. Em compensação, esses veículos de aplicativos estão, cada vez mais, parando em fila dupla para o passageiro subir ou descer do carro. Em frente ao San Michel, por exemplo, logo terão que fazer uma vaga específica para esse tipo de serviço. Além de pararem em fila dupla, ainda têm que esperar o usuário colocar todas suas sacolas e caixas no porta-malas. Na Assis, também ocorre com frequência, inclusive nos finais de semana. Inclusive com alguns caminhões que estacionam, na maior cara de pau, em fila dupla para fazer entregas, sem serem admoestados.
Esperamos que o novo prefeito acelere a implantação de um plano de mobilidade eficiente e inteligente, contemplando esses diversos aspectos. Chegamos no limite do número de veículos circulando pelo centro da cidade e principais vias da cidade. Precisamos urgentemente de alternativas e soluções que vislumbrem muitos anos pela frente.
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