07/04/2022 às 16h09min - Atualizada em 07/04/2022 às 16h09min
Um zeloso guardador
Adriano Mussolin – Jornalista
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Quem já subiu o morro do Cristo pela estrada asfaltada, já deve ter reparado nas diversas “esculturas” espalhadas pela beira do caminho. Em sua maioria, são feitas de pedras de diversos tamanhos e formas, empilhadas organizadamente. Muitas delas ainda trazem acabamentos com cascas secas de árvores, galhos, ramos, flores, penas de pássaros e até pequenos frutos coloridos.
Seu autor pode ser encontrado facilmente transitando por lá, em geral na parte da manhã. Ele faz o trajeto todos os dias, saindo a pé de sua casa, indo até a rampa de voo livre e voltando pelo mesmo caminho. Não raro, pode-se vê-lo com uma sacolinha e luva recolhendo as latas, garrafas plásticas e de vidro, saquinhos de salgadinho e toda espécie de lixo que outros passantes menos cuidadosos deixam pelo caminho.
Não importa a temperatura nem a condição meteorológica, mesmo chovendo ele sobe a montanha calmamente, com seu guarda-chuva, parando para observar os belos tangarás e outras tantas aves, macacos, répteis e insetos.
Bom de conversa, ele cumprimenta respeitosamente a todos que cruza, além de dar informações sobre os pássaros e outros animais que habitam esse maravilhoso santuário da natureza que temos em pleno centro da cidade.
Frequentemente, suas “esculturas” são desmanchadas por pessoas que por esse caminho trafegam. Indagado se isso não o desmotiva ou se provoca raiva nele, calmamente ele responde que faz por prazer e cultiva o desapego. “Eu faço de novo, não me custa”, ele diz.
Com esse trabalho silencioso e anônimo, ele ajuda a preservar esse maravilhoso patrimônio natural que nossa cidade possui. Está acessível a todos, mas poucos têm essa preocupação de manter tudo como está e ainda enfeitar o caminho de quem se aventura no trajeto morro acima.
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