10/09/2021 às 13h09min - Atualizada em 10/09/2021 às 13h09min
Istambul, a cidade que une dois continentes
Por Odair Camillo - Jornalista
FOTOS: Brand-News
Na foto, Odair e Lurdinha Camillo atravessam o estreito de Bósforo, via navegável que separa a parte asiática de Istambul da parte europeia ,
Desta vez, estivemos bem longe dos tradicionais circuitos turísticos. Por sugestão de Lurdinha, e com a ajudazinha da Turkish Airlines e da Flytour Poços de Caldas, chegamos até Istambul, a bela capital europeia/asiática da República Turca.
Pouco mais de 14h de voo, com escala estratégica em Dakar, no Senegal, a viagem é muito mais que interessante. Ela é, sobretudo, cultural, porque mostra um país riquíssimo em história e arqueologia, com uma capital pujante e moderna, uma metrópole de quase 15 milhões de habitantes que foi dominada durante muitos séculos por vários impérios e ainda guarda os resquícios dessas civilizações com muito cuidado e carinho.
Istambul é uma cidade partilhada por duas culturas: a europeia e a asiática. Na primeira, uma pequena percentagem de apenas 3% de seu território. O restante, na porção correspondente à Ásia menor, é interligada pelo estreito de Bósforo.
Topkapi, a residência dos sultões
Hospedados no Elite World Hotel, no bairro central de Taksim, centro financeiro, deixamos o dia seguinte para visitarmos o Palácio de Topkapi, um dos maiores e mais antigos de Istambul. Propriedade particular dos soberanos otomanos, cercada por muralhas com mais de cinco quilômetros, foi durante quatro séculos a residência dos sultões, construída na colina de Acrópolis, onde foi fundada a cidade antiga e de onde se tem uma vista magnífica do Chifre de Ouro, do estreito de Bósforo e o Mar de Marmara.
Pelas ruas movimentadas, caminhamos em direção ao Chifre de Ouro, famoso bairro e onde se encontra a maior parte dos monumentos. Chegamos à famosa avenida de pedestres Cad Istiklâl, principal artéria de comércio e cuja marca registrada é o bondinho vermelho que circula de uma extremidade a outra da longa avenida. O bonde parte da praça Taksim, com seu ponto final no Tunel, onde está uma das curiosidades da cidade - um dos mais antigos metrôs do mundo, construído pelos franceses em 1873, com um único vagão, que permite descer rapidamente de Beyoglu ao bairro portuário de Karakoy, onde estão localizados vários restaurantes.
A cidade possui a “Oitava Maravilha do Mundo”: o Museu de Santa Sofia
Sinceramente, não conhecemos as “7 Maravilhas do Mundo”. Porém, tivemos a oportunidade de visitar uma, o Museu de Santa Sofia, originariamente uma basílica, e atualmente considerada a “8ª maravilha, uma obra majestosa na história da arte e da arquitetura mundial.
A maior basílica do mundo cristão foi inaugurada no ano 537 e se destacou como uma obra de ostentação do período Justiniano. Embora seja uma obra bizantina do século 6, a basílica foi um ensaio da arquitetura tradicional romana e transformada em museu, por ordem de Ataturk, o fundador da República da Turquia.
Entrando na Mesquita Azul
Ao caminharmos pelas ruas até a Mesquita Azul, um dos monumentos mais conhecidos do mundo islâmico, onde os turistas de todas as partes do mundo se misturam à população local sem qualquer forma de curiosidade ou constrangimento, pudemos observar que a Turquia é a única democracia muçulmana que atinge cerca de 95% da população e que preserva suas tradições e se esforça para mostrar que a religião não influi na sua política e economia.
A Mesquita Azul foi desenhada pelo arquiteto Mehmet Agá com o esmero de ourives e concluída em 1616. A entrada principal fica junto do Hipódromo da época romana. Ela se destaca por ser a única com seis minaretes e suas paredes são adornadas com 20 mil azulejos de Iznik. Seu interior é iluminado por 260 vitrais e sua cúpula tem 43 metros de altura.
A Mesquita Azul é revestida com azulejos azuis e possui ricos vitrais também do mesmo tom. Não há figuras em seu interior, pois os muçulmanos não cultuam imagens Ao longo do Bósforo, o Palácio Dolmabahce é atração
Navegando ao longo do Bósforo, o turista se encanta com um grande edifício transformado em museu, que foi construído no começo do século 19 pelo sultão Abdulmecit I. Com suas decorações originais, o palácio sobreviveu intacto com as mobílias, tapetes de seda e cortinas. Diz-se que 14 toneladas de ouro e 40 de prata foram usadas na sua decoração.
Com 285 quartos, 43 salões e 6 casas de banho, o Palácio Dolmabahce tem ainda suas paredes e tetos cobertos de quadros de artistas famosos da época.
O salão de baile é o maior de seu gênero em todo o mundo. Um candeeiro de cristal gigante, de 4,5 toneladas com 750 lâmpadas, decora a abóbada de 36 m de altura. O presidente Ataturk costumava ficar nesse palácio quando visitava Istambul. Quando faleceu, em 1938, todos os relógios do palácio foram parados na hora da sua morte, 9h05, em sua memória.
Transformado em museu, o palácio está aberto apenas em certos dias da semana e é uma das atrações de Istambul.
Grand Bazar - O maior e mais antigo shopping center coberto do mundo
Certamente, a maioria das pessoas que visita Istambul não deixa de conhecer o Grand Bazar, o mais antigo mercado coberto do mundo, localizado na parte antiga da cidade.
O nosso guia, Ozanan, nos deixou numa das portas de entrada e aconselhou-nos a guardar bem o nome do portal, para que não nos perdêssemos na hora da saída.
De fato, esse enorme centro comercial se estende como um labirinto, com mais de 60 ruas e mais de 4 mil lojas comerciais. Ele se parece como uma cidade, dentro da própria cidade turca.
Na parte central há dois edifícios do século 15, com grossas paredes e tetos cobertos de uma série de pequenas cúpulas. Na antiguidade, cada rua do bazar era destinada a um tipo específico de mercadoria, e as regras comerciais eram estritamente respeitadas. Vários terremotos e incêndios aconteceram nesses séculos de sua existência.
Ao longo de sua rua principal, se encontram as joalherias que oferecem objetos de artesanato em ouro, prata e pedras preciosas, com preços imbatíveis, porque o cliente tem a oportunidade de regatear, até conseguir um preço que agrade.