Revendo textos antigos publicados no Brand-News, me deparei com essa crônica de janeiro de 2019, uma das muitas escritas pela Lurdinha, que transcrevo abaixo.
“... Remexi nas prateleiras, fui e voltei pelas estantes de livros à caça de algum que eu não me lembrasse tanto. Mas a cada um que me vinha às mãos, a história, o conto, o suspense vinha junto. Mas vou insistindo. Preciso de um livro agora, ou minha insônia toma conta da minha noite.
Abro um aleatoriamente, o título me intrigou, vou neste. Vou para as dedicatórias, quero saber para quem foi dedicado. Mania estranha, essa minha, mesmo porque não tenho a mínima noção de quem seriam aquelas pessoas distinguidas pelo autor ou autora.
Ajeito-me entre as almofadas e inicio a leitura. Umas tantas páginas adiante, descubro que já o havia lido. Fecho o livro, levo-o para a estante e procuro por biografias. Reler biografias interessantes faz parte do meu gosto por boas leituras, e acredito, minha cultura.
Bem, deixe-me contar: amo livros e, mais ainda as livrarias. Quando viajo, sempre descubro algumas, passo horas dentro lendo títulos, folheando revistas, descobrindo novidades.
E fuçando daqui e dali, em uma livraria no centrinho de Poços vi meu livro “Lurdinha Camillo - Pelo Mundo”, colocado na vitrine por uma delicadeza do proprietário da agência. Fico tentada a comprar, mas o que o dono vai pensar? Vaidade demais, ego exacerbado?
Passam-se vários minutos e eu ali, encantada. Um livro meu, o primeiro, o único, o último, sei lá... em uma vitrine de livraria.
Eu em frente, parada, foi fácil imaginar que todos aqueles autores que conheço através de suas obras literárias, best sellers pelo mundo inteiro, estivessem sussurrando em meus ouvidos “viu Lurdinha, é uma surpresa nossa para você...”. E nosso colóquio foi crescendo, ganhando carinho tipo “continue Lurdinha, escolha um tema, nós te ajudaremos.”
No balcão, entre tantos livros apanhei o meu, abri e reli minhas dedicatórias a meu marido Odair, meus filhos, meus netos, meu pai e aos amigos que permitiram a realização dessa edição. Gostei de ter escrito palavras tão belas.
Comprei alguns livros, também o de minha autoria. Com orgulho, compro um livro meu. Paguei a conta, apertei meu livro em meu peito e foi a mais doce caminhada até minha casa.
Vou ler, fazer de conta que é a primeira vez...”