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01/06/2023 às 15h47min - Atualizada em 01/06/2023 às 15h47min

Protagonismo feminino numa xícara de café - Parte II

Por Angela Caruso - @batomnaxicara / www.batomnaxicara.com.br
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“Dizem que mulheres que bebem café são mais interessantes, imagina as que trabalham com café
 
O Batom na Xicara é um clube de assinatura de cafés especiais, criado por mulheres que tiveram suas vidas modificadas por conta do café especial. O clube foi pensado de modo a fazer chegar a outras mulheres, além de pacotes de café de qualidade, conteúdo específico para ampliar seu repertório sensorial e outras temáticas que envolvam o mundo do café. Assim como as idealizadoras do Batom na Xícara, existem tantas outras histórias de mulheres cujas vidas seguiram um novo rumo graças ao café especial. 
 
Nesta segunda parte da série Protagonismo feminino numa xícara de café, elegemos a história de quatro mulheres que cresceram brincando nas fazendas de café e saíram de suas cidades para formarem-se profissionais em áreas distintas. Entretanto, latente em suas veias, o café levou-as a fazerem outras escolhas e tornarem-se protagonistas também como empreendedoras no café.
 
Irmãs Cagnani: a médica e a professora
Ana Maria Cagnani Leite, nascida em Poços de Caldas, foi estudar medicina na Unicamp - Campinas (SP). Escolheu a pediatria e a saúde pública como especialização e exercício da medicina.

Eliana Cagnani Leite também dedicou sua vida ao cuidado de crianças. Formada em Pedagogia, foi professora alfabetizadora por mais de 18 anos, até ser convidada a fazer parte da equipe técnica da Superintendência de Ensino, onde permaneceu até a aposentadoria no ano 2000.

A cafeicultura faz parte da vida dessas irmãs desde a infância. Os pais eram proprietários de um sítio na zona rural de Poços de Caldas por herança do avô, Francisco Leite Garcia. As férias escolares coincidiam com o período da colheita e era para lá que ambas iam ajudar e brincar nos terreiros. Mas, foi apenas nos anos 2000 que, ao herdarem as terras dos pais, resolveram cuidar do cafezal. Em 2011, a conquista do primeiro lugar no IV Concurso de Cafés de Poços de Caldas, bem como ficar entre os 100 finalistas do Concurso Estadual, foram o mote para investirem em conhecimento sobre lavoura de café. Fizeram o Curso para Produção de Cafés Especiais, filiaram-se à Associação dos Produtores do Café da Região Vulcânica (hoje marca coletiva) e começaram a participar da Confraria do Café do Sul de Minas - grupo de estudos sobre cafés especiais. Em 2015 voltaram ao pódio dos concursos de café municipal depois de investimentos em maquinários e capacitação em pós-colheita. Já são vários troféus de campeãs nos concursos municipais, um 24º lugar no Coffee the Year em 2018, finalista do projeto Florada por dois anos (2018 e 2019) e vendas de cafés para cafeterias de SP, RS e PR, além de ter lotes comprados e industrializados pela Três Corações como Rituais e Café Santa Clara.
Ana ainda exerce a medicina paralelamente à produção de café e Eliana é quem fica à frente do dia a dia da plantação.
 
Gizela Junqueira, a esteticista
Nascida em Águas da Prata, interior de São Paulo, sempre morou na Fazenda Santa Maria. Formou-se no Magistério, iniciou o curso de Pedagogia, mas não concluiu: fez uma virada na carreira antes mesmo de iniciá-la. Trancou sua vaga no curso e foi para Campinas estudar estética, especializando em Estética Facial. Durante 15 anos vivendo em Campinas, trabalhou em clínicas de dermatologia. Voltando para Águas da Prata, continuou exercendo a profissão em clínicas em São João da Boa Vista e Espirito Santo do Pinhal. A volta para a fazenda foi marcada por iniciativa do marido em ocupar uma parte das terras para produzir seu próprio café e a parceria com sua cunhada na criação de um espaço de visitação e venda de orquídeas Vanda.
Café e orquídea exigiam conhecimento especializado, e Gizela não poupou esforços para adquirir. Apostando em estar produzindo um café de qualidade, levou seu café a concursos e recebeu o troféu de Primeiro Lugar da Região de Pinhal em 2019. Dali em diante, as safras têm sido premiadas anualmente pelo Projeto Florada da 3 Corações, colocando o café entre os 100 melhores do Brasil, assim como melhor café da Região de Pinhal e da Região Vulcânica. Em 2022 Gizela foi nomeada a embaixadora do Projeto Florada desta região. Atualmente divide seu tempo como esteticista, mãe, mulher, produtora de vandas e café e, sobretudo, sua grande paixão, na recepção dos visitantes da Fazenda Santa Maria quando, com muito orgulho, conta a história dessa família e todas suas conquistas graças ao café especial.
 
Fabiana Carvalho, a neurocientista
Mineira e descendente de cafeicultores, sua infância também foi marcada pelas férias na fazenda em Cana Verde, interior de Minas, e as brincadeiras pelas lavouras de café. E, como toda criança que nasce no interior, os estudos acabam acontecendo fora da cidade, do estado e em no caso de Fabiana, também fora do país.  Podemos dizer que se as xícaras de café estão aparecendo em formatos, cores e tamanhos diferentes de uns poucos anos para cá, é graças a Fabiana. Tudo começou na graduação em Biologia. O interesse pelo funcionamento do cérebro a elevou para o mestrado em Bioquímica na UFMG, especializando-se em neuroquímica com foco em processos de percepção e memória e, posteriormente, em percepção e atenção, durante o doutorado em neuroimagem cursado na Universidade de São Paulo. A continuação de sua investigação aconteceu fora do país, na University of Glasgow, Escócia, e no primeiro pós-doutorado no King’s College London, Inglaterra.
O reencontro com o café aconteceu em Poços de Caldas, cidade em que reside. Descobriu o café especial na cafeteria Âncora, que funcionou como um gatilho para se envolver numa nova pesquisa: estudar os efeitos extrínsecos à experiência de consumo do café especial, isto é, investigar como as xícaras e as embalagens podem influenciar a experiência sensorial de quem toma o café de qualidade e suas implicações na indústria do café especial. Sua pesquisa tomou corpo e, em 2017, fez nascer o projeto The Coffee Sensorium, cujos resultados, reconhecidos internacionalmente, traziam novidades importantes para o mercado do café especial. O mesmo café pode ser percebido mais doce ou com maior acidez quando servido em recipientes de cores e formas diferentes, graças às pesquisas da neurocientista cujo nome ganhou notoriedade internacional. Desde então, tem viajado pelo mundo oferecendo assessoria, cursos e workshops para todos interessados em compreender os fatores que influenciam a qualidade dos produtos comercializados e consumidos. Muito além do grão do café, tudo que envolve a percepção dos grãos às xícaras, The Coffee Sensorium conta com a colaboração de professores doutores brasileiros e estrangeiros e faz o “meio de campo” entre o mundo acadêmico e a indústria do café especial.
 
@anacagnani1
@elianacagnani
@gizelajj
@fazendasantamaria.aguasdaprata
@thecoffeesensorium
 



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