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28/10/2024 às 16h48min - Atualizada em 28/10/2024 às 16h48min

O magistério no Brasil: para onde vamos?

Foto meramente ilustrativa - Reprodução Google

 
Há anos, desde que começamos a lecionar, sempre falamos sobre a atividade do professor e a remuneração a ele conferida pelas instituições de ensino.
Se levarmos em conta o acesso cidadão interessado em se formar no magistério, tal fato -  no Brasil - só vem a acontecer a partir dos meados da década de 1960, quando foram criadas as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras - FAFI - em algumas cidades do interior do Brasil. Até então, quem quisesse alçar o ensino superior teria que se deslocar para as capitais dos estados.
O tempo passou e inúmeros foram aqueles que fizeram vestibular e foram cursar as FAFI’s. Com isso o ensino nas escolas ganhou em qualidade, pois havia professores com formação em nível superior.
 
Entretanto, isso colocado, da parte dos empregadores, sejam os estados, municípios e escolas particulares, os salários mantiveram-se irrisórios. Professor tinha que ganhar mal. Se quisesse uma renda melhor, deveria dar aulas de manhã, à tarde e à noite.
E o tempo passou. As reivindicações dos mestres por um salário melhor nunca foram atendidas. O resultado disso foi o fim da busca pela formação e educadores para preencher o vazio nas salas de aula.
 
E por que isso? O total desprestígio a que a profissão foi relegada.
Nem mesmo o piso nacional, que está na lei, é respeitado. E olha que esse piso não é lá aquelas coisas...
 
Hoje encontramos poucos jovens dispostos a fazer vestibular para a área da educação. E sem professores preparados e valorizados, perguntamos: para onde caminha o Brasil do futuro?
E isso sabendo que sem uma boa formação não teremos profissionais para as diversas áreas do conhecimento como a ciência e a cultura.
E ainda vamos acreditar que não será com a formação de professores em escolas de Educação à Distância é que nós teremos profissionais preparados. O magistério só com aulas teóricas não leva o professor à sala de aula, à frente de um grupo de alunos quer para serem alfabetizados, quer para uma formação profissional.
E, por outro lado, não será implantando tecnologia em sala de aula é que o trabalho do professor será controlado.
 
Educação é um processo de ensino-aprendizagem objetivando o desenvolvimento, habilidades, competências, cultura do ser humano. É um direito de todos e tem como objetivo a nossa própria caminhada pelo mundo.
 
Por Hugo Pontes - Professor, poeta e jornalista
E-mail: [email protected]

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Comentários »
  • 02/11/2024 às 02h28min

    Comprometidos com a ideologia neoliberal, governos em algumas instâncias, tem apregoado a privatização da escola pública. Infelizmente o futuro não é promissor para os professores. Ignora-se e viola-se a Carta Magna, que proclama que educação é dever e política de Estado. Lamento profundamente. Excelente artigo do prof.Hugo.

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