O próximo pleito eleitoral, que ora propicia a exposição de nomes da nossa comunidade que se candidatam a um cargo no executivo e no legislativo municipal, traz enormes preocupações a toda a sociedade. Dizemos isso porque é opinião corrente que no conjunto das coligações a voz está apenas com o candidato ao cargo maior, que é o de prefeito. Deixam de falar as figuras importantes do vice-prefeito e dos candidatos e candidatas a vereador.
Apenas, e a propósito de esclarecimento, em tom didático como convém a todo professor, dizemos que os cargos de prefeito e vice têm a função de executar o que é definido pela Lei Orgânica Municipal e pela Câmara de Vereadores, cuja função é legislar, ou seja, elaborar leis - fiscalizando o seu cumprimento - que possam nortear os destinos da cidade. Assim, o prefeito e seu vice, auxiliados pelos secretários, têm a obrigação de cumprir as leis emanadas do legislativo.
Entretanto, as distorções provocadas pelos anos de ditadura, fizeram com que prefeitos e vereadores, como num pacto contra o povo, muitas vezes se voltem contra os interesses de quem lhes concedeu o direito de falar em nome desse mesmo povo, através do voto; além de pagar os seus salários. Esse grave quadro coloca o povo submetido a um grupo pequeno que - ao se aboletar no “poder” - trabalha promovendo a infelicidade de muitos e o bem-estar de poucos.
Vejamos apenas alguns exemplos. Poucos são aqueles que se elegem por mérito, por serem pessoas reconhecidamente competentes e quererem trabalhar. Uns são bem votados porque dão consultas e amostras grátis de remédio; outros porque distribuem cestas-básicas; aquele porque transporta mudanças, outros porque dão material de construção grátis; outro porque limpa o terreno baldio; aquele porque propõe nome em rua, e assim o povo vai vivendo dos favores.
Mas a atividade do vereador tornou-se quase profissão rentável, pois além do salário que cai todo mês, ainda há os ganhos com a manipulação das influências que o cargo proporciona. Isso é uma distorção do sentido de “representar”. A atividade não é emprego e a remuneração não é salário. Existe até candidato com pelo menos 5 mandatos que deveria se “aposentar”, pois nunca disse a que veio.
Mas falávamos que está na hora de os candidatos se fazerem conhecer e mostrar o seu plano de intenções para a cidade. É preciso que seja dada a oportunidade de o candidato mostrar o porquê é candidato. Não é porque ele deseja ou o partido quer, mas porque precisamos de pessoas que pensem a cidade como o lugar onde vivemos e para isso precisamos organizá-la e cuidar dela como merece.
Não será favorecendo A ou B, mudando as leis para alterar o Plano Diretor da cidade em troca de migalhas que se conseguirá melhorar a condição de vida do povo. Precisamos eleger pessoas que sejam comprometidas com a cidade e o povo deve exigir da futura Câmara e do prefeito responsabilidade e seriedade nas suas ações que possam fazer um PLANEJAMENTO realista, caso contrário toda a população sairá perdendo e as camadas mais necessitadas estarão cada vez mais à margem dos melhoramentos que os impostos que pagamos possam trazer para todos.
E o mote será sempre o mesmo: RENOVAR é preciso.
Por Hugo Pontes - Professor, poeta e jornalista E-mail: [email protected]
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