Embora eu e meus contemporâneos já tenhamos vivido um bom tempo, ou que seja um longo tempo, e mesmo sem noção sobre o que cada um pensa a respeito, eu, sem entender direito essa nova escola, vou tentando aprender as lições. Uma escola chamada Vida... Ela que ensina no compasso do tempo, que aceita erros e que aponta as correções; ela que observa as aptidões e que permite a livre escolha; ela espera pacientemente, para ensinar o terceiro tempo, certamente o mais difícil. Pra quem viveu a vida, ou tenha vivido muitas vidas, nos tantos sabores e dissabores, nas quedas e nos soerguimentos, deparar-se com o próprio inventário de perdas, no arrefecimento de quase tudo, é pisar o limiar do último aprendizado. É como arrancar as vestes, desnudar-se dos desejos e dos sonhos, para vestir-se de reconhecimento e compreensão. Como é difícil o terceiro tempo! Como é difícil essa escola! Mas não tem jeito, as roupas que o tempo nos arrancou, elas já não nos servem mais. Resta-nos, pois, aprender a viver sobre o tempo que tenhamos pra viver.
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