Sinto que o verde está minguando. À minha percepção, pelas trilhas da minha vida, o verde sempre se pronunciou nos seus diversos tons. Por vezes intenso, por vezes esmaecido, mas ainda verde, nos tantos matizes que ele tem. É possível que ele aflore um dia e transforme sua esperança oscilante no verde esmeralda dos sonhos. Vivi a expectativa de poder tocá-lo, quicá embrenhá-lo e nele me perder. Ah, seria um sonho a realidade da esperança; seria uma conquista sentir o pódio da "ordem e do progresso". É possível que o verde aflore um dia e permaneça, mas, no meu tempo, os agricultores da esperança não tiveram o cuidado de regá-lo. Ao contrário, atiçavam fogo. E o verde voltava a mergulhar-se no regaço da terra, na espera quem sabe, de um novo tempo. Que pena, no meu tempo, o novo tempo nunca veio, sempre houve guerra na superfície. E assim continua...
Sinto que o verde está minguando, há uma aridez à minha visão. Talvez seja por conta da opacidade da desesperança ou do arrefecimento da minha crença de que Deus seja brasileiro! Espero estar errado. Na verdade, eu quero estar errado, para que os descendentes de todos nós possam conhecer afinal, o alvorecer de todos os tons do verde e viverem enfim, seus merecimentos.
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