Estou aprendendo a conviver com minhas mazelas. Até alguns anos atrás eu me esgueirava pelo tempo, fingindo-me invisível, imaginando-me não ser percebido por elas. Foi muito bom enquanto durou o faz de conta. Quanta presunção a minha... Elas foram se aproximando, valsando em volta de mim, porque a vida é assim, tem começo, tem meio e tem fim. De repente, um oi, distraidamente. Não mais que de repente, um abraço, como vai? De repente, os ais... Então, eu descubro, que nunca estive invisível. Sempre estive exposto à vida, às suas contingências e suas divergências. Achei por bem aprender a conviver com as minhas mazelas. Descobri até suas facetas conselheiras, aquelas que falam da realidade, do tempo, da reflexão. Não rio delas. Não há motivos pra isso. Rio de mim, do meu jeito, das minhas fugas ainda, que vivo a fazer, fingindo-me jovem, às vezes, quando as mazelas se distraem de mim.
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