De vez em quando bate a saudade! Fico a senti-la profundamente, mas não a vejo. Concentro-me procurando plasmá-la. Queria tocá-la, seria lindo! Tocar a saudade, espelho de todas as lembranças!
De vez em quando bate essa saudade! Fico a perguntar-me em que tempo ela está e quiçá, descobrir quando... Talvez ela possa me dizer, apenas talvez, quem... Por que eu a sinto assim, tão forte, de vez em quando, inexplicavelmente? É surreal essa fuga que a própria alma faz, como se soprada pelo vento, sem rumo e sem direção, em busca da saudade que se sente, sem saber no entanto, de quê ou de quem, ou do quando...
Disse-me certa vez, um amigo professor: "A vida é um inventário de perdas". Seriam as perdas saudades inexplicáveis? Quem sabe até, as metamorfoses de mim mesmo ao longo do meu tempo? As transfigurações que me fizeram muitos, hoje fantasmas de mim os quais não vejo, ainda que, possivelmente, os sinta e deles eu tenha saudade? É, poderia ser. Na verdade, eu só sei que, de vez em quando bate a saudade e eu só queria saber por onde ela anda. Eu só queria tocá-la e talvez descobrir que estaria tocando em mim mesmo...
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