03/06/2024 às 16h47min - Atualizada em 03/06/2024 às 16h47min

Dia de cão

Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google

 
Abro os olhos.
Vai começar mais uma manhã.
Todo dia é a mesma coisa.
Lá vem ele para passar rapidamente a mão na minha cabeça.
Fico perguntando: o que se passa na cabeça dele? Está sempre correndo. Toma banho correndo, um café correndo.
Olha lá: agora está na mesa comendo uma bolacha e, pra variar, dando uma olhada para as mãos que seguram aquele negócio luminoso.
Ele não tira os olhos daquilo e, de vez em quando, bate nele...não sei porquê.
Dias atrás, depois de bater naquele negócio luminoso, ele gritou: “Cachorrada! Tá osso viu!!!”. Saí correndo para ver se tinha algum pra mim, mas não tinha osso nenhum. Acho que era fake, como vejo ele comentando sempre.
Ontem mesmo ele gritou novamente: “Hoje, tá um dia de cão”. Saí correndo novamente, esperando um presentinho, mas sequer recebi um carinho. Fiquei meio chateado. Poxa, se o dia era meu, por que não sair pra comemorar?
Bem, daqui a pouco ele sai correndo e eu fico aqui o dia inteiro esperando ele chegar.
Quando ele chega, coloca aquela mesma ração, troca a minha água e passa a mão na minha cabeça e novamente vai pegar aquele negócio luminoso. Aquilo sim é o companheiro inseparável dele, talvez, o seu melhor amigo.
Meu nome é Nino, mas gostaria mesmo é de me chamar uatisapi.
 
 



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