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15/05/2024 às 15h34min - Atualizada em 15/05/2024 às 15h34min

Quem não gosta do funcionalismo

Foto meramente ilustrativa - Reprodução Google
 
“Um CRONÓPIO pequenininho procura a chave da porta da rua na mesa de cabeceira, a mesa de cabeceira no quarto de dormir, o quarto de dormir na casa, a casa na rua. Por aqui parava o Cronópio, pois para sair à rua precisava da chave da porta.”
(De Júlio Cortázar, romancista argentino)
 
Esta pequena história é simples e bonita. Cronópio é uma invenção de Cortázar que pode ser o que o leitor interpretar. Fantasia...
Entretanto, sabemos o que é realidade. Independentemente do que possamos imaginar, todo cidadão precisa ter os seus direitos preservados. Assim como devem cumprir com os seus deveres. Assim está escrito na Constituição Federal, lei maior do Estado.
 
Acreditamos que todos aqueles que prestam serviços ao público são, por extensão, servidores públicos. Dá para entender, não?
 
Bem, se os servidores públicos - federais, estaduais, municipais - são aqueles que servem o público, todos devem ser remunerados condignamente. E é sabido que todos aqueles que prestaram concurso, em suas respectivas áreas de habilitação e - faça chuva ou faça sol - estão nos seus postos, devem atender com competência nas suas respectivas áreas o contribuinte que é aquele que paga impostos para manter a máquina pública em funcionamento.
 
Sabemos que os cargos eletivos de presidente, governador, prefeito, senador, deputado e vereador são de curta duração e não necessariamente cargo efetivo para aqueles que são eleitos pelo voto popular. Para tanto, o eleito, normalmente, tem uma atividade profissional que lhe dá o suporte financeiro necessário para a sobrevivência.
Por exemplo: se alguém fosse eleito deputado, não poderia considerar o seu subsídio como renda, mas como uma subvenção de caráter passageiro, pois ser deputado ou vereador não é profissão.
 
Bem, recentemente os subsídios de prefeitos, dos vereadores, deputados e governadores e dos secretários foram aumentados, sem nenhuma justificativa. Essa gente não precisa de reajuste, pois tem outra atividade profissional que dá a eles o sustento das suas casas.
 
Não podemos dizer isso do funcionalismo público, pois nem todos têm cargos de confiança ou eletivos. Os servidores ganham, na sua maioria, um salário baixo e - como a corda arrebenta para o lado mais fraco - não têm reajustes conforme determina a Constituição.
 
E falando especialmente de Minas Gerais, espera-se que na próxima negociação salarial o governador e deputados, prefeitos e vereadores entendam a situação precária vivida pelos funcionários públicos estaduais e municipais, cujos vencimentos estão defasados há pelo menos cinco anos.
 
Importante lembrar: “Viver é preciso”, viver mal é impossível.
 
Por Hugo Pontes - Professor, poeta e jornalista
E-mail: [email protected]
 
 

 


 
 
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