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30/04/2024 às 15h58min - Atualizada em 30/04/2024 às 15h58min

Pílulas de viagem - Berlim e Dresden

Lauro A. Bittencourt Borges - cronista gastronômico, viajante compulsivo e membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista
Instagram: @lauroborges
 
Sonhar, viver, conhecer, aprender, registrar momentos e guardar histórias no baú da existência.
 
17 dias, 4 países, 7 cidades, 1.700 km rodados. Nos deslocamos de trem, ônibus e carro alugado. Nos passeios nos destinos: metrô, bonde, ônibus, táxi, Uber e muuuuuuita caminhada. Igrejas, museus, prédios históricos, praças, parques, monumentos, restaurantes, comida de rua, lojas, mirantes, paisagens naturais. Perrengues, risadas, sustos, cansaço, surpresas, exclamações…
 
“Veja o mundo. É mais fantástico do que qualquer sonho.”
 
Então, algumas anotações do périplo, começando com lembranças de nossas duas primeiras paradas. Nas fotos, com minha esposa Josiane Borges + dois registros com o casal Andresa e Marcelo Palomo.
 
 
BERLIM 1 - Berlim é uma cidade incrível! Cosmopolita, tradicional e moderna ao mesmo tempo. Plana, por isso deliciosa para longas caminhadas. Linda pelas largas avenidas e pelos prédios antigos. Uma urbe que preserva monumentos de sua história sombria, reconhece o horror do período e, num ato de generosidade, contrição e civilidade, acolhe, respeita e celebra múltiplas etnias e minorias.
 
BERLIM 2 - A cúpula de vidro do Reichstag: uma obra arquitetônica inovadora, ousada, que utilizou tecnologia de ponta para criar um espaço ecologicamente correto e esteticamente deslumbrante. Uma referência visual poderosa de onde se tem um lindo panorama de Berlim. Representa a força da democracia do país, sua força econômica e a expertise dos engenheiros alemães. Sobretudo, é um marco da reunificação da nação depois da queda do Muro.
 
BERLIM 3 - Berlim olha para o futuro pelas lentes de uma democracia consolidada, mas em todo canto há referências históricas ao período mais sombrio da humanidade. A exposição Topografia do Terror, ao lado de uma parte remanescente do Muro, mostra através de fotos, pequenos textos e documentos, a ascensão, consolidação e queda do nazismo. Uma aula de História e uma lembrança forte do horror para que jamais se repita.
 
BERLIM 4 - Amanhece sob 10°C em Hackescher. Não poderia me despedir de Berlim sem o döner kebab do Mustafá. Mandamos, eu e Josi, o desjejum tradicional às favas e logo depois das 10h, como primeiros fregueses do dia, devoramos a iguaria turca que foi aperfeiçoada, difundida e popularizada na capital alemã. Ah, bebemos Fanta, o povo daqui adora.
 
BERLIM 5 - Lembrando aqui de uma imagem de trinta e cinco anos atrás. Pedro Bial, com o Muro sendo marretado ao fundo, falava, do Portão de Brandemburgo, sobre o novo tempo que alvorecia. A Alemanha voltava a ser uma só.
 

 
 










DRESDEN 1 - Às margens do rio Elba, capital da Saxônia, Dresden tem um cinematográfico centro histórico. Prédios imponentes, lindos e preservados. Durante a 2ª Grande Guerra, a cidade foi fortemente bombardeada. Estudiosos dizem que o ataque foi desnecessário, pois havia poucos alvos militares e muita arte. No período da Cortina de Ferro, Dresden pertencia à Alemanha Oriental. Portanto, suas belezas estavam fechadas para o mundo. Após a queda do Muro, em 1989, seu patrimônio arquitetônico foi restaurado para encanto dos turistas que reencontraram em êxtase a urbe. Dresden já foi chamada de Florença do Elba por harmonizar beleza natural, arquitetura e acervo artístico. Uma joia germânica! 
 
DRESDEN 2 - Dresden é um deleite aos olhos e ao espírito, uma singularidade urbana onde a História se encontra com a beleza atemporal.
 
DRESDEN 3 - As ruas de paralelepípedos de Dresden ainda sentem o frio do início da primavera. O Elba, às margens da cidade, corre sereno, como se libertando lentamente do inverno que se foi há pouco.
 
DRESDEN 4 - Meu consultor para assuntos tedescos, Andreas Lemmer, informa que o mais tradicional hot dog alemão é feito com a salsicha do estado de Turíngia (Freistaat Thüringen). Há pouco tempo atrás, só a salsicha feita em Turíngia poderia ser considerada original. Hoje a coisa está mais flexível; a salsicha feita em outros estados, desde que siga fielmente a receita “turinguense”, poderá se gabar de ser original e carimbar “Freistaat Thüringen” no rótulo. Não sou um profundo conhecedor de salsichas, menos ainda de salsichas alemãs, mas posso dizer que a salsicha grelhada de Turíngia, dentro de um pão meio que parecido com o nosso francês, lambuzada com ketchup e mostarda, provoca frisson e filas no povo germânico. Entrei na fila, paguei modestos € 4,00 e gostei muito da simplicidade saborosa. Salsichón, belo salsichón!

 
 


















 
























(segue na próxima coluna)



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