C Será eu não? Então, pegue sua xícara e venha descobrir que ondas são essas! Dizem os estudiosos que estamos vivendo a transição entre a terceira e quarta onda do café. Essas ‘ondas’ não são apenas modismos. Elas marcam historicamente, fases do desenvolvimento da bebida como hábitos de consumo e avanço tecnológico na produção de grãos, as formas de apreciar a bebida e métodos de comercialização.
A primeira delas, entre o final do século 19 e as primeiras décadas do século 20, foi marcada pelo aumento do consumo da bebida, incentivado pela cafeína e seus efeitos. E com a revolução industrial a chegada ao mercado dos cafés solúveis que facilitavam o preparo da bebida. Nas décadas seguintes até os anos de 1960, o café passa a ter produção em massa sem a preocupação com qualidade. O importante aqui era o consumo em alta, fazendo com que o café se tornasse uma bebida presente em todos os lares, encontrado nos mercados e com preços acessíveis. Nesta época, o hábito de tomar café não tinha a finalidade apreciativa da bebida, mas a busca pelos efeitos da cafeína.
Entre os anos 1960 e 1990, acontece a expansão das máquinas italianas de café espresso e com elas, o hábito de sair de casa para tomar café. Nascem as grandes cafeterias. Os encontros sociais ou profissionais tornam-se momentos especiais nesses lugares de tomar café que, além de preparos diferenciados da bebida, oferecem menus rápidos e com muito bom gosto. O café especial começa a circular pelas cafeterias e o desejo do consumidor em apreciar novos sabores.
A terceira onda é marcada pela qualidade: o café especial. Com essa exigência dos consumidores, surge a figura do barista, diferentes métodos de preparo, com foco nos filtrados /coados (V60, chemex, aeropress, prensa francesa, clever, globinho, etc.), o aparecimento das cafeterias artesanais e ambientes hipster, e a busca pela origem dos grãos, seus produtores e suas histórias. A partir do ano 2000, questões como rastreabilidade dos produtos e prova de café para concursos e avaliação de qualidade passam a fazer parte do ciclo de produção, tais como valorização do produtor, comercio justo e sustentabilidade. Pesquisas científicas e avanços tecnológicos para garantir a qualidade da semente a xícara são outras marcas desta onda.
Ainda não se sabe ao certo, mas muito provavelmente já estamos vivendo a quarta onda, ou adentrando numa nova fase de produção, e hábitos de consumo. Porém, não se tem claro que características destacam esta onda. Uma das suspeitas é melhorar o acesso ao café de qualidade pelas massas. É aí que entram os clubes de assinaturas como o Batom na Xícara, que coloca o consumidor em contato com o produtor via os kits de café que envia, mensalmente, aos associados/assinantes, provocando o desejo de novas experiências sensoriais, bem como a necessidade de consumir um café de qualidade comprovada.
