27/02/2023 às 15h22min - Atualizada em 27/02/2023 às 15h22min
O choro de Walace
Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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O choro do Walace Lara, jornalista da Rede Globo que durante anos morou em Poços de Caldas, reportando a tragédia no litoral norte de São Paulo, deveria “inundar” as cabeças dos políticos, dos ministros, dos deputados, dos empresários, dos cidadãos, perante as inúmeras “tragédias” do cotidiano que atingem a maioria da população brasileira. Pessoas precisando de alimento, de trabalho, de moradias dignas, saneamento, saúde e educação.
Não haverá mudanças nos fatos, se não houver mudanças nas atitudes, de quem governa o país, administra estados, gerencia cidades, dirige empresas.
Quem está com a lanterna, que ilumine o caminho.
Como não chorar ao ver comerciantes, em meio ao sofrimento do outro, vendendo água por R$ 93 o litro?
Como não chorar ao ver juízes, pilares da justiça, aumentando seus próprios rendimentos, ampliando a injustiça social, como se vivessem dentro de uma bolha de mordomias?
Como não chorar ao assistir o crescimento das drogas, da violência, da miséria?
No início da Quaresma, tempo de mudanças, de ressignificação da vida, cabe refletir que o choro do Walace Lara, jornalista da Rede Globo, representa as lágrimas de todos os brasileiros que na dor civil, “choram” ao ver uma criança pedindo esmola na rua, um dependente químico no farol, por quem perdeu tudo o que tinha nas enchentes e, principalmente, ao ver milhões de brasileiros que por tantos “Nãos”, perderam a esperança no homem.
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