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Ser jornalista

Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
07/04/2025 16h08 - Atualizado há 1 semana
Ser jornalista
Foto meramente ilustrativa - Reprodução Google

 

Ser jornalista é crer que as palavras (poucas ou muitas, velhas ou novas, tortas ou direitas, erradas ou certas) podem mudar o mundo.
Saber da inexistência do jornalismo imparcial, mas tentar incansavelmente ser imparcial na prática jornalística.
Reconhecer que a remuneração, embora essencial, é por vezes muito pequena, tendo a certeza que a vida em sua essência é muito maior que o dinheiro.
Pensar que cada palavra falada ou escrita, tem a força da transformação e que nenhum jornalista terá o direito de usar um microfone no rádio ou na TV, um espaço em um jornal ou revista ou em um blog na internet, sem saber-se antes como um educador.
Desconfiar de todas as informações recebidas, acreditando muito na comunicação a ser emitida.
Buscar sempre a verdade, acreditando que ninguém é dono dela.
Ter a noção clara do poder da informação, mas nunca usar a informação como poder.
Desconfiar sempre do sucesso, dos tapinhas nas costas, de um voto de louvor, discernindo que substantivos são fundamentais e adjetivos, circunstanciais. Sabendo-se imperfeito, tentar a todo custo, ser cada dia mais humano, para se sensibilizar com a dor e sorrir com as conquistas.
Exercitar diariamente a coragem civil e como porta-voz de uma comunidade, reconhecer que para ser grande como jornalista é necessário não perder a consciência de ser muito pequeno perante a vida.

Finalmente, registro as palavras do jornalista Ciro Marcondes Filho:

"O ser jornalista, para chegar de fato a ser jornalista no sentido estrito, terá, um dia, atingido a consciência de seu trabalho é pequenino, como o de um varredor de rua, um entregador de gás, de um cobrador de ônibus. E que não há trabalhos grandes, apenas trabalhos honestos. E sinceros. E repassar aquilo que se viu, ouviu, é de especial delicadeza se o outro, aquele que recebe, pôde se emocionar, se sensibilizar, se entristecer ou se animar, em suma, se a mensagem proferida teve a qualidade de ver o outro como um ser humano, tão digno de atenção e respeito como ele mesmo, que tanta porrada teve que tomar na vida para aprender esta singela lição. Que não há nada mais importante que o anonimato de um trabalho decente."

 

 


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