28/11/2022 às 11h21min - Atualizada em 28/11/2022 às 11h21min
Breque fraude
Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google c
Particularmente não sou exemplo de comprador.
Não que eu seja (penso eu) mão de vaca, pão duro, Tio Patinhas, miserável, mofino, avarento, sovina ou tenha escorpião no bolso.
Nem sou (penso eu) como aquele que não gosta de comprar nem quando está jogando baralho.
Mas, confesso, tenho certa aversão por ver muita gente comprando muita coisa. Se alguém quiser me deixar aborrecido é só me convidar para ir ao shopping fazer compras. Ou mesmo, se alguém quiser me imputar uma tortura pelos meus pecados cometidos é só me obrigar a passar o dia na 25 de março em São Paulo.
Contudo, não tenho nada contra a quem gosta de comprar (desde que não seja com meu dinheiro, claro). Sei da satisfação de possuir coisas, de dar coisas, ou mesmo ganhar coisas. Sei também que vivemos em um país capitalista onde o consumismo é a mola mestra da economia e sem compras não há comércio, não há desenvolvimento e, afinal, trabalha-se (dizem) com o objetivo de adquirir coisas.
Por tudo, esta época de final de ano, me deixa meio zonzo, meio tonto, meio mozzarella e meio calabresa.
O entra e sai de lojas, as pessoas correndo cheias de sacolas nas ruas, e o Papai Noel por todos os cantos me sorrindo e dizendo “Compre, compre, compre” me deixa perplexo e apavorado. É necessário comprar para ser feliz. Compro, logo, existo.
Porém, quanto mais tento ficar longe das compras, mais elas se aproximam de mim. E de uns anos para cá (desde 2010 no Brasil), importamos mais um produto americano: o Black Friday.
Lá nos EUA, assim como nos EUcá, muitas lojas offline e online aproveitam para pegarem carona na data e dizer aos consumidores: “tudo em promoção”, “50% off”, “queima total”, “ficamos loucos” etc etc etc.
Claro, sabemos que muitos consumidores incautos comprarão gato por lebre, enganados por empresas que não têm a honestidade como característica em suas ações de vendas.
Do meu lado, estou tentando nem sair às ruas, nem ligar o computador para que o Black Friday não me pegue na próxima esquina, ou em um clique de um site de compras e, verdadeiramente, transforme este meu dia, em verdadeiro filme de terror.
Como sei que estarei remando contra a maré e “se não pode com eles, junte-se a eles”, lembro a você, incauto leitor, que este texto (que custou um pouco do meu tempo para ser escrito) pode ser (por enquanto) lido de graça.
Aproveite esta promoção e indique-o a seus amigos.
Boas compras!
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