22/08/2022 às 15h45min - Atualizada em 22/08/2022 às 15h45min
Ouvindo e chorando o “Concierto de Aranjuez”
Por Odair Camillo - Jornalista
Começo a manhã desta segunda-feira sem a presença dela, ouvindo pelo Alexa a mais bela música que até hoje descobrimos, o “Concierto de Aranjuez”, do espanhol Joaquin Rodrigo. Ela é a própria visão, a presença e a lembrança de minha amada Lurdinha, que partiu há pouco mais de um ano, levada pelos anjos. E, cada vez que ouço essa melodia, choro como uma criança faminta em busca do leite materno.
Aciono novamente o aparelho no escritório: “Alexa, Concierto de...”. Imediatamente, e mais uma vez, choro! Começo então a tarefa diária de um viúvo idoso e solitário. Abro a porta do quarto, e da varanda vejo abaixo a piscina azulada e fria. Ninguém se importa com ela... Volto ao quarto e estendo os lençóis e cobertores que me aqueceram na noite fria deste inverno. Hoje não é dia de faxineira. Que bom! Sinto-me livre e posso chorar à vontade.
Preparo o café matinal de olho nas notícias da Jovem Pan que, nesse momento, comenta sobre a guerra na Ucrânia. Quanta maldade e ignorância! Fico indignado ao constatar que ainda não obtive resposta, nem da ONU, nem da OTAN, sobre o e-mail que lhes enviei, propondo e sugerindo uma “fórmula” para que se acabasse, de uma vez por todas, com uma guerra de destruição de cidades e de vidas humanas. É assim mesmo. Infelizmente, os interesses comerciais são muito mais fortes...
A Cláudia entra trazendo frutas e um suco preparado pelo Reynaldo. Em seguida, lavo a louça deixada na pia do dia anterior, e vou direto ao escritório, onde já me espera o computador, pronto para receber as “bobagens” que escrevo, para acalmar a minha vida...
“Hoje as folhas secas sem cor / Que varre o vento / São lembranças do romance / que uma vez / Juntos, começamos você e eu / E sem razão esquecemos.” - Trecho da canção