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13/06/2022 às 15h17min - Atualizada em 13/06/2022 às 15h17min

Bolando as trocas

Jornalista, publicitário, escritor e professor universitário
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Figura meramente ilustrativa - Reprodução Google
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Acordo nessa primeira manhã de outono. “Os dias são outono, choram, choram, há crisântemos roxos que descoram”. Tudo ia bem, até que ao tentar abrir o portão eletrônico da garagem percebo que ele não está abrindo. Como assim? Até ontem a noite estava operando normalmente. Portões são iguais às pessoas: um dia funcionam e no outro já não estão funcionando mais.
Imagino o portão me falando. “Estou contigo e não abro”. O que será que aconteceu na madrugada?
Bem, não importa, o jeito agora é chamar o técnico. Pego o celular, que ainda funciona e vejo o nome do técnico no uatisapi. “Fabrício - Port”. Mando mensagem solicitando a presença dele em casa, imaginando que ele responderia algumas horas depois e que viria alguns dias depois. Surpresa! Ele responde imediatamente e diz que daqui há alguns minutos estaria em minha casa. Estranho! Será que aconteceu algo com ele? Será que Fabrício agora é um robô e o serviço é delivery e espontânea vontade?
Bem, não importa, o jeito é esperar o sujeito chegar. Não dá nem 1 minuto e a campainha, que ainda funciona, toca e juro que penso: Quem será? Whats up?
Abro a porta, que ainda funciona, e um rapaz me cumprimenta “Olá! Tudo bem? Vim ver o seu portão”. Fico meio atordoado. Leio o manual interno. “O técnico do meu portão eletrônico, o Fabrício, é moreno e o cara que está na minha frente é loiro. O Fabrício tem estatura mediana e o cara é alto”. Entro em curto-circuito, finjo que está tudo sob controle e digo. “Nossa, você veio rápido hein? Vamos entrar”.
Ao entrar em casa, minha esposa o cumprimenta, acreditando que era um amigo meu fazendo uma visitinha cordial e eu explico: “É o Fabrício! Veio ver o portão”. Ela, que também conhecia o Fabrício, me manda um olhar que conforta e ao mesmo tempo, me entorta e me exporta e diz. “Ahhh! Fique à vontade. Quer tomar uma água, um suco?”
O Fabrício agradece e desce para a garagem junto comigo. Mostro a situação e ele, solícito e atencioso, faz vários “testes”, mas no final das contas diz. “Olha, achei que era um problema simples e como moro aqui na mesma rua e perto de sua casa, vim tentar lhe ajudar, mas é melhor você chamar o técnico mesmo. Como se chama o seu técnico?"
E eu, ainda meio muzzarela, meio aliche, respondo... “Fa...Fabiano”.
Pergunto quanto ficou o serviço e ele diz que veio só para tentar me ajudar e que estava triste por não ter auxiliado.
Ele se despede então e eu fico ali com cara de portão de garagem. Daí, pego o celular e constato o que já sabia: havia errado de “Fabrício” ao ler rapidamente o uatizapi.
Moral da história: quando uma porta se fecha, outra se abre.
(Mas, pera aí.. essa frase não comporta no texto.)
Verdade, mas ela ao menos me faz esquecer do “mico” e me transporta para quando possuía um velho Fiat 147 (era fechar uma porta e a outra se abria) e nem garagem tinha.





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